sábado, 3 de setembro de 2016

Francisco Ataíde de Oliveira: "cada corrida é uma nova história".




Na cidade de Sobral, Estado do Ceará, em 1940 nasceu o atleta maratonista Francisco Ataíde de Oliveira. O que ninguém imaginava é que ele se tornaria corredor aos 69 anos de idade. Aos 76 anos, cheio de vitalidade e simpatia, ele tem muita história pra contar, participou de cerca de 380 corridas, exibe na sua sala inúmeras medalhas, troféus e fotografias. Mas sua riqueza maior é a experiência que adquiriu ao iniciar a prática desportiva no auge da terceira idade. 

"Eu nasci em Sobral, no Ceará, dia 27 de julho de 1940. Sou mesmo Cabra da Peste, nordestino com muito orgulho, mas também tenho muito orgulho de ser Candango, radicado em Brasília desde 1962. Aqui vivi e vivo, construo a minha família e tento fazer o possível para nunca envergonhá-la." 

Pioneiro, transferiu-se para Brasília em busca de melhor qualidade de vida e crescimento profissional. Trabalhou no comércio como vendedor de calçados e confecções, faliu duas vezes, foi auxiliar de enfermagem, formou-se em Administração de Empresas na UDF - Centro Universitário do Distrito Federal após os 40 anos de idade e há 20 anos está aposentado pela CEB - Companhia Energética de Brasília.

Seu ingresso no atletismo foi motivado por indicação médica. Por apresentar um preocupante quadro de apneia do sono, ronco e sensação de catarro ao respirar buscou tratamento com pneumologista. Ele também contou que nessa época encontrava-se muito acima do peso habitual e com hipotireoidismo. Foi-lhe recomendado que praticasse atividades físicas. Desde então, o Sr. Ataíde decidiu abraçar um novo estilo de vida e resolveu começar a caminhar e correr diariamente. As necessidades e exigências do esporte provocaram transformações em todos os seus hábitos e o resultado foi a melhora de sua saúde.

Já no início do treinamento emagreceu mais de dez quilos. Mesmo nunca tendo seguido à risca a dieta prescrita pela nutricionista, "por não gostar muito de regras", reduziu o consumo de gorduras, aumentou significativamente a ingestão de água , frutas e passou a consumir bebida alcoólica somente em ocasiões especiais. Seu despertador toca todos os dias às 5:00 da manhã e ele se prepara para correr entre 6:30 e 7:00 horas de 10 a 15 km, além de frequentar a academia de ginástica. Em 3 meses atingiu as condições físicas necessárias para participar de uma primeira maratona.  

"A minha vida mudou de uma tal forma, se transformou. A quantidade de amigos que eu fiz e com o pessoal das redes sociais! Pela minha idade eu sou muito mais aplaudido do que os que ganham os primeiros lugares, e também pela quantidade de amigos que eu tenho. Cada corrida é uma nova história."


Nas corridas ele sempre carrega uma faixa anti drogas e adora promover o esporte. Ressaltando a importância de um acompanhamento médico adequado, alerta para que todos respeitem os próprios limites. Ao correr segue à risca as orientações do cardiologista e do fisioterapeuta, nunca ultrapassando o limiar dos batimentos cardíacos indicado pelos médicos. Com comprometimento, consciência e alegria o Sr. Ataíde tem inspirado muita gente, inclusive seus familiares mais próximos: a filha, o filho que se tornou triatleta, a neta, o cunhado e os amigos, fazendo questão de sempre incentivá-los e aconselhá-los.

"Comecem a praticar esporte. Não vai dizer que não tem tempo, é só querer. Comecem com uma atividade física e depois participe de uma corrida, porque só ficar treinando uma hora a pessoa pensa: o que que eu to fazendo aqui? A medalha incentiva muito e participar de uma corrida tem que ver que alegria que é." 

Para o Sr. Ataíde o esporte não tem idade e sempre é tempo para se começar, basta querer. Seu exemplo mostra que com determinação e disciplina tudo é possível. Além dos benefícios à saúde, integrar-se ao ambiente esportivo lhe trouxe uma intensa e saudável vida social. Afirmou que possui a mesma disposição que tinha aos quarenta anos e acrescentou que após se tornar maratonista sua vida ficou muito mais interessante. Conheceu importantes atletas, viajou para diversos lugares e tem feito cada vez mais amizades.  

"Parece que tem um bichinho que pega. O sujeito vicia. Acaba uma corrida e você já está pensando na próxima. A gente volta a ser criança. Meu objetivo é correr até enquanto eu puder me movimentar. Mesmo se tiver que diminuir o tempo, não tem problema, o que importa é cumprir o percurso."






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