quinta-feira, 22 de setembro de 2016

Carlos Magno: Poesia viva de Brasília


          



A Revista Suas Raízes teve o prazer de entrevistar uma personalidade cujo nome está gravado em 5 livros publicados, Carlos Magno Maia Dias, não somente poeta e escritor mas jornalista, administrador, professor, foi Diretor Geral de Administração dos Ministérios da Educação e Cultura, do Planejamento, da Agricultura, da Justiça e claro, conheceu Juscelino e Figueiredo. Sua biografia integra a História viva da cidade. Mas não para por aí. Quando jovem, foi um grande esportista de várias modalidades, e como Goleiro profissional, infelizmente ou felizmente, tomou alguns gols de craques como Pelé, Garrincha e Didi. 



Tivemos boas horas de prosa na mais pura linguagem de uma pessoa que nasceu no interior de Minas Gerais, "prosear é tão bão que o tempo voa". A entrevista muitas vezes ficou de lado dando espaço ao espaço, a leveza e ao paladar principalmente, quando fomos agraciados com um café e um delicioso pão de queijo. Isso não podia faltar, uai!


Lavras, está numa localização privilegiada, entre os 3 maiores grandes centros do país, estando, em linha reta, a apenas 184, 262 e 307 Km de Belo Horizonte, Rio de Janeiro e São Paulo, respectivamente. E Carlos Magno fez morada no Planalto Central em 1958, 2 anos antes da inauguração de Brasília, onde foi pioneiro no período de sua construção. Casado há mais de 50 anos com Maria Auxiliadora de Mello Dias (Dodôia), teve 6 filhos brasilienses, 11 netos e 3 bisnetos, um deles australiano. 


Já com 80 anos, totalmente atuante e com muito bom humor, nos encanta quando o assunto é a velhice. Honesto em suas questões, sua posição é bem realista em relação ao que o idoso sente, traduzindo o que todos pensam em uma idade avançada. O diferencial que ele nos conta é o de seguir adiante e não parar. "Eu sigo, eu ando e quando a gente para, deixa a vida passar. Eu não deixo". "Quem para morre e eu não quero morrer".


Outra abordagem interessante é a que para entender o velho, a pessoa tem que ser velha. "Não adianta estudar, se formar, fazer mestrado e até doutorado em Gerontologia ou Geriatria, se não estiver na pele de um idoso. Não tem como saber o que o velho sente se não for velho e cada idoso é de um jeito".  


Diante da intensidade da vida e todas as realizações de Carlos Magno, teríamos que fazer uma edição só para os poemas de tantos que são, e outra edição das histórias de vida. Ao finalizarmos este delicioso encontro a Revista Suas Raízes foi presenteada com os livros Lua Azul e Utopia, Como seria o Brasil se Deus fosse brasileiroLua Azul contém poesias de 1954 a 1958 e em Utopia escrito em 1993, nos convida a recriar a nação demonstrando que a todos é permitido idealizar o Brasil dos sonhos. 


Lua Azul nos remete aos "tempos loucos e felizes" através de poesias de Minas Gerais e Brasília. Neste livro podemos sentir um gostinho do que usufruímos ao entrevistá-lo: a percepção sensível, a vitalidade e a intensidade como vive todas as fases da sua vida. Selecionamos duas delas, com sabor de quero mais.






DE DENTRO PRA FORA

Parei. Olhei o espaço azul
como não fazia há meses.
Vi imagens nas nuvens,
Vi as câs do preto velho,
Vi a águia que mostrava
O rumo do alto.

Parei. Olhei o horizonte
reto, reto, de uma retidão impressionante.
E me senti no topo da terra.

Parei. olhei para baixo
do alto dos 15 andares
do anexo do Buriti
e vi Brasília inacabada
como uma promessa de futuro bom.

Parei e vi. O que vi era belo.
Senti que poderia haver belo dentro de mim.
E havia.
E me senti bem.
Passei a sorrir para os que passavam,
a compreender a rabugice do colega,
a achar mais gostoso meu trabalho
e transportei para o meu ambiente
o azul do céu,
o verde lá de baixo,
a tranquilidade lá do longe,
o branco das barbas brancas do preto velho amigo.

E houve belo dentro de mim por
muito tempo!...





EU - I

 Eu sou o monopolizador universal do riso:
sou um PALHAÇO!
       Eu sou o monopolizador universal da Mentira:
sou um ARTISTA!
   Eu sou o monopolizador universal do tédio:
sou um BOÊMIO!
           Eu sou o monopolizador universal da Esperança:
 sou um poeta...



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