segunda-feira, 29 de maio de 2017

O QUE É CODEPENDÊNCIA, DEPENDÊNCIA EMOCIONAL OU AFETIVA


Codependência, Dependência Emocional ou Dependência Afetiva, é a inabilidade de manter e nutrir relacionamentos saudáveis com os outros e consigo mesmo, resultando em Relacionamentos Difíceis, Desgastados ou Destrutivos. Aqui você saberá quais são os principais sintomas, se você vive este problema e como tratar este transtorno que pode ser grave e gerar sérios prejuízos à saúde e a todas as áreas da vida.

Alguns Sintomas:

  • Cuidados excessivos com o outro - preocupação constante, necessidade compulsiva de ajudar o outro, antecipando as necessidades dele, assumindo responsabilidades por ele e deixando o próprio cuidado de lado;
  • Baixa autoestima – culpa-se por tudo, autoexigência e autocrítica exagerada, sente-se envergonhado e inferior aos outros, contenta-se com muito pouco, com “migalhas de amor”;
  • Repressão das emoções – reprime seus sentimentos e vontades, de tal modo que, com o tempo, perde o contato;
  • Controle compulsivo – necessidade de ter sempre o controle de si mesmo, das situações, do relacionamento, do outro, tentando mudá-lo;
  • Ciúme doentio – enorme insegurança, pensamentos constantes de ruminação pelo medo de ser traído ou de ser abandonado, comportamentos e discussões na tentativa de controlar os comportamentos do outro;
  • Negação – mente para si mesmo, finge que os problemas não existem ou não são graves, não enxerga e enfrenta os problemas que estão acontecendo na relação, pensa que um dia tudo vai melhorar “do nada”;
  • Vive oscilando entre o céu e o inferno - oscila entre gostar e sentir-se magoado e com raiva do outro, ou seja, ora se sente bem na relação e ora se torna vítima e age como o algoz, cobrando posturas de forma pesada e agredindo o outro;
  • Acredita que depende do outro – procura desesperadamente amor e proteção fora de si mesmo, não consegue ficar só, sente-se ameaçado pela perda do outro, sente que necessita do outro pra ser feliz;
  • Comunicação disfuncional – não expressa abertamente seus sentimentos e pensamentos, a comunicação não é honesta e franca; não consegue ter bons diálogos e discutir objetivamente os problemas; iniciativas de diálogo se tornam discussões áridas.
  • Dificuldades sexuais - usa o sexo para conquistar, segurar e ganhar a aprovação do outro; tenta manipular e controlar o outro através do sexo; fazem sexo quando não querem; com pouco ou nenhum prazer, etc.
  • Envolvimento com pessoas complicadas - escolhe parceiros indisponíveis, indecisos, de classe socioeconômica inferior, agressivos, distantes, que sugam e pouco doam, irresponsáveis, mal-caráter, que também apresentam transtornos psicológicos como dependências (de álcool, de outras drogas, de jogos, etc.). Por isto, tem decepção amorosasofre muito por amor, experimentando uma vida amorosa insatisfatória.

  • Origem

    O termo Codependência teve origem nos estudos com a Dependência química e foi atribuído aos familiares, partindo do princípio de que os familiares de dependentes químicos também apresentariam uma dependência, não das drogas, mas Dependência Emocional ou uma preocupação constante e fixa no dependente. Posteriormente, tornou-se claro que não é necessário conviver com um dependente químico para sofrer de Dependência emocional.

    Causas da Codependência

    A maior parte dos codependentes vem de famílias disfuncionais, conflitivas, que demonstraram significativa fragilidade emocional e, por isto, contribuíram para o desenvolvimento e instalação da dependência emocional entre seus membros. Em geral, o codependente viveu pouco amor, amparo, aceitação, segurança, coerência e harmonia familiar. Em muitos casos, houve rigidez de regras e críticas excessivas, abusos, violência psicológica e até física. Portanto, de modo geral, a pessoa desenvolve a Codependência a partir da infância.

    Pesquisas

    Os resultados de uma pesquisa recente realizada no Brasil, pela Unifesp mostram que, em média, 9 pessoas são afetadas pelo impacto de um dependente químico e estima-se que pelo menos 28 milhões de pessoas vivam hoje no Brasil com um dependente químico. A pesquisa aponta também que, além da resistência do dependente químico em aceitar o tratamento (52% dos casos), o comportamento/atitude da família (11%) é a segunda maior dificuldade encontrada no tratamento. Convivendo com sentimentos opressores como tristeza (28%), impotência (26%), dor, angústia, raiva, desespero, culpa, pena, decepção, solidão e medo. Este impacto corresponde aos vividos por familiares de doentes terminais.
    Solicitamos a gentileza de, ao publicar este artigo, citar a fonte:
    Autora: Dra. Elizabeth Zamerul Ally, médica psiquiatra, psicoterapeuta, especialista em Dependência Química e Codependência www.dependenciaecodependencia.com.br
    FONTE: http://www.elizabethzamerul.com.br/codependencia.php

segunda-feira, 15 de maio de 2017

HIGIENE EMOCIONAL É DISCIPLINAR OS NOSSOS SENTIMENTOS


Uma casa limpa e bem arrumada nos ajuda a otimizar todos os nossos afazeres. Se saber onde se encontram nossas coisas, termos tudo à mão, vivermos num local cheiroso, limpinho, nos ajuda a organizar a vida em todos os aspectos, o que dizer da nossa casa interna, que é o terreno onde residem as nossas emoções?

Para mantermos nosso lar em boas condições de habitação não adianta encarregarmos a outras pessoas 100% dessa responsabilidade. Somos nós que deveremos decidir o local de cada objeto e que manteremos tudo no seu devido lugar. Nós que faremos a manutenção da limpeza. A bagunça é insidiosa e se instala com uma incrível facilidade. E a sujeira também. Viver com tudo limpo e em ordem requer empenho e disciplina.

Da mesma forma deveríamos nos preocupar com a profilaxia das nossas emoções. Sem percebermos, acumulamos sujeira emocional e, como narra a velha fábula do garoto que atirou carvão para sujar uma camisa num acesso de fúria e se viu muito mais sujo do que ela, nós também atingimos mais a nós mesmos do que àqueles que nos provocaram tais sentimentos. É claro que sentir raiva e mágoa é humano, legítimo e inevitável, mas, que tal deixar o inevitável apenas para as situações que realmente não conseguimos evitar?

A gente aprende a administrar o nosso dinheiro, a nossa vida familiar, os nossos relacionamentos, a despensa da nossa casa, mas resiste na administração dos nossos sentimentos. Alimentar emoções negativas pode nos levar a processos depressivos porque, ao mergulharmos de cabeça naquilo que não nos faz bem, se isso se tornar um padrão mental, estaremos a um passo de enxergar a vida através de uma lente escura e sombria: logo não veremos mais graça em nada e nosso mundo terá se transformado num lugar bastante hostil. Não quero dizer que devemos reprimir nossas emoções, pois todo sentimento é para ser sentido. O ideal é que busquemos uma forma criativa para lidar com as nossas negatividades, pois uma das teorias mais consistentes que já li sobre depressão é que o quadro depressivo se instala quando a raiva se "congela", dando lugar a uma tristeza profunda e à falta de perspectiva no viver.

O que tenho pensado ultimamente é que acho que acumulamos muita sujeira emocional desnecessária. Quem limpa a casa todo dia sabe bem que sujeira atrai sujeira e que é melhor limpar logo do que deixar acumular. Como todo ser humano, tenho que lidar com as minhas negatividades todos os dias e tenho aprendido algumas coisas em relação ao bem viver, pois casa limpa facilita a vida e atrai boas energias, como dizem os orientais.

Percebo que há condicionamentos que desorganizam e sujam nossa "casa de dentro". Dentre eles: 

1- JULGAMOS DEMAIS - Julgamento é armadilha do ego. Julgamos para nos sentir superiores. Quando alguém nos julga viramos feras e gritamos o nosso direito de ser nós mesmos, mas na maioria das vezes nem percebemos ou achamos natural opinar sobre como os outros deverão se portar ou levar suas vidas.

2- CRIAMOS INDISPOSIÇÃO POR MUITO POUCO - Nem tudo aquilo que nos irrita é para tanto. Tem dia que está tudo muito bem e uma coisinha, um comentário ou uma atitude infeliz destroem nosso bom humor e por causa disso vestimos nossos óculos "trevosos". Daí para frente nada mais tem cor e não percebemos que fomos nós mesmos que poluímos as nossas emoções, saímos de uma vibração boa e mergulhamos em outra não muito bacana.

3- ALIMENTAMOS SENTIMENTOS NEGATIVOS - Não é fácil o desapego de determinados sentimentos ruins. Principalmente quando a gente tem certeza que está coberto de razão. Infelizmente estar com a razão pode não adiantar para nada em termos práticos. Para o nosso próprio bem, deveríamos ser mais objetivos nos livrando da amargura e do rancor. Estas emoções não têm absolutamente nada a nos acrescentar e pior, servem para nos aproximar de outras pessoas que estão nessa mesma "vibe", criando um circuito de relacionamentos tóxicos em nossas vidas. 

Não precisa dizer que ninguém é perfeito e que todo mundo julga, todo mundo faz tempestade em copo d'água e todo mundo alimenta suas mazelinhas, por isso mesmo são atitudes que podem mudar se houver desejo e disciplina. E o que ganhamos transformando nosso jeito de ser? O que ganhamos abrindo mão de determinados padrões de comportamento e de pensamento? Falando por mim mesma, no início briguei demais comigo porque já estava condicionada a ser e a reagir de outra forma, em seguida fui percebendo que a vida fica mais leve e que disciplinar as emoções não é tão difícil assim, depois descobri que nem havia tanta afinidade entre mim e estes sentimentos e, finalmente, comecei a me admirar e a me respeitar mais. Acredito que na medida em que nos empenhamos em nos tornar pessoas melhores para nós mesmas ficamos cada vez mais aptos a transformar o mundo num lugar melhor, mesmo através de pequenas atitudes.

A música me ensinou que, apenas praticando, o que é difícil pode se tornar fácil e orgânico. Mas para isso é necessário disciplina e determinação.

Texto: Marcia Degani




sábado, 13 de maio de 2017

QUEM CANTA OS MALES ESPANTA


A prática do canto com idosos confirma que este caminho pode ser uma eficaz e prazerosa ferramenta terapêutica, diante dos muitos benefícios que proporciona. Sendo o mais efetivo recurso para estimular a memória, selecionar o repertório é o primeiro passo, pois o significado afetivo das canções provoca  envolvimento emocional e aciona os registros relacionados à memória afetiva.

Os exercícios respiratórios são realizados com os objetivos de: promover maior vitalidade através da ampliação da capacidade pulmonar e oxigenação em todos os órgãos do corpo; acelerar o metabolismo através da expansão do músculo diafragma provocando uma “massagem” nos órgãos abdominais e colocar o idoso em contato com seu próprio corpo exercitando a propriocepção, sendo que é natural que a velhice o distancie das suas percepções e sensações corporais mais internas. Os exercícios respiratórios também reduzem a ansiedade, melhoram o sono, acalmam e geram bem estar.

Quando cantamos adentramos o domínio da fala que é racional, planejada (pois elaboramos um texto, aquilo que iremos falar) e da voz, que é emocional e subjetiva (quantas vezes a voz “entrega” o que as palavras tentaram esconder?). Abordar a voz é interferir na própria identidade. “Gostar de sua voz corresponde a aceitar o que somos e como nos sentimos.” (BLOCH in FERREIRA, 1998, pg.2). Dessa forma, cada vocalize realizado, cada escala, cada resultado no aperfeiçoamento vocal, se reflete em um ponto a mais na autoestima, além do sentimento de realização por produzir algo belo e verdadeiro através dos próprios corpos.

 As ciências têm explorado as propriedades da música e a tendência atual é observarmos cada vez mais o surgimento de pesquisas relacionadas ao canto em várias áreas do conhecimento. A psicologia cognitiva da música tem servido de base para os mais recentes estudos neurológicos e psicológicos que envolvem música e raciocínio. (ILARI, 2006). A neurologia tem explorado amplamente a música no campo dos tratamentos de reabilitação. O cérebro possui a capacidade de reorganizar-se denominada neuroplasticidade. Através dessa propriedade, ao ser estimulado em seus dois hemisférios pela música, o cérebro é capaz de substituir regiões responsáveis por determinadas funções mentais por outras, com maior eficiência e prontidão. (LEVITIN, 2010).

Desenvolver a voz cantada está longe de ser uma construção complexa que leva anos e anos de estudo, pelo contrário, é algo que já está dentro de cada um, pois o canto antecede à própria fala. Trata-se de uma expressão ancestral do ser humano, tal como a dança. Cantar é redescobrir um antigo hábito adormecido nas regiões mais primitivas do cérebro, basta disposição para resgatar vocalizações e melodias internas, de forma natural e espontânea.

A experiência de associar o canto à velhice é extremamente positiva. Os idosos respondem cada um à sua maneira em termos de vitalidade, prontidão, memória, raciocínio, expressividade, participação, interesse, afetividade, individualidades que vão sendo descobertas, através do timbre de cada voz que é único a forma particular de expressão. O exercício do canto é agradável, faz bem para a saúde e "espanta os males": em todas as idades.

Que tal fazer aula de canto? Para cantar basta querer. Com a Fonoaudióloga, Cantora, Professora e Mestre em Gerontologia Marcia Degani. (61) 3263- 6716. A partir de junho estarei com espaço próprio. Agende uma aula experimental.

Texto: Marcia Degani




Referências Bibliográficas:
Ferreira, L. P. (Org.) Dissertando sobre voz Carapicuíba-SP: Pró-Fono, 1998.
Ilari, S.B. (Org.) Em busca da mente musical Curitiba-PR: Editora UFPR, 2006.
Levitin, J.D. A música no seu cérebro; a ciência de uma obsessão humana Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2010.

"MINHA MAIOR CONQUISTA COMO PRIMEIRA DAMA SÃO MINHAS FILHAS" - MICHELE OBAMA



Michelle Obama disse à apresentadora Oprah Winfrey que a sua maior conquista como primeira-dama dos EUA foram as suas filhas, Malia e Sasha Obama. A declaração foi feita durante a conferência The United State Of Women, convocada pela Casa Branca para celebrar as conquistas das mulheres em relação à igualdade de gênero e discutir novas formas de avançar nessa questão.

A sua maior preocupação, declarou Michelle, era em relação a criar suas duas filhas na Casa Branca. Ela tinha medo de não conseguir lhes oferecer nenhum “sentido de normalidade” – as meninas tinham 10 (Malia) e 7 (Sasha) anos quando o pai, Barack Obama, foi empossado presidente dos EUA. 
“Nós acabamos de participar da formatura de ensino médio da Malia, e agora é Sasha quem está entrando nessa fase. E Eu estou muito orgulhosa dessas duas, da forma como elas lidaram com essa situação e do fato de que elas continuam a ser elas mesmas, garotinhas normais apenas tentando se conhecer”, disse a primeira-dama americana à apresentadora. 
“Todas as mães suspiram de alívio quando percebem que não bagunçaram a cabeça de suas filhas. Todos os dias eu cruzo os dedos e torço para que eu esteja fazendo a coisa certa com elas, provendo-lhes uma boa base para que elas sejam ótimas pessoas”, concluiu.
Fonte:http://claudia.abril.com.br/famosos/minha-maior-conquista-como-primeira-dama-sao-minhas-filhas-diz-michelle-obama/

quarta-feira, 10 de maio de 2017

ESTUDO COMPROVA: INDÚSTRIA E PSIQUIATRIA CRIAM DOENÇAS E REMÉDIOS QUE NÃO CURAM


Uma série de reportagens e livros publicados ao longo de 25 anos pelo jornalista Robert Whitaker (foto), especialista em questões de ciência e medicina, abriu uma crise na prática médica da psiquiatria e na solução mágica de curar os transtornos mentais com medicação.
O jornalista, do The Boston Globe, o mesmo jornal das série de reportagens que gerou o filme Spotlight, levantou dados alarmantes sobre a indústria farmacêutica das doenças mentais e sua incapacidade de curar.  “Em 1955, havia 355 mil pessoas em hospitais com um diagnóstico psiquiátrico nos Estados Unidos; em 1987, 1,25 milhão de pessoas no país recebia aposentadoria por invalidez por causa de alguma doença mental; em 2007, eram 4 milhões. No ano passado, 5 milhões. 
Para ”ele, associações médicas e a indústria estão criando pacientes e mercado para seus remédios. “Se olharmos do ponto de vista comercial, o êxito desse setor é extraordinário. Temos pílulas para a felicidade, para a ansiedade, para que seu filho vá melhor na escola. O transtorno por déficit de atenção e hiperatividade é uma fantasia. É algo que não existia antes dos anos noventa”, diz.
Mas essa não é uma crítica simplificada ou econômica, mas bem mais fundamentada durante mais de duas décadas.  “O que estamos fazendo de errado?”, questionam os estudos de Whitaker que também levantou informações de que pacientes de esquizofrenia evoluem melhor em países em que são menos medicados. Outro dado importante foi o estudo da Escola de Medicina de Harvard, que em 1994, mostrou que a evolução de pacientes com esquizofrenia, que foram medicados, pioraram em relação aos anos 70, quando a medicação não era dominante.
A batalha de Whitaker contra os comprimidos como solução tem ganhado apoio. Importantes escolas de medicina o convidam a explicar seus trabalhos e o debate está aberto nos Estados Unidos. “A psiquiatria está entrando em um novo período de crise no país, porque a história que nos contaram desde os anos 80 caiu por terra. A história falsa nos Estados Unidos e em parte do mundo desenvolvido é que a causa da esquizofrenia e da depressão seria biológica.
Foi dito que esses distúrbios se deviam a desequilíbrios químicos no cérebro: na esquizofrenia, por excesso de dopamina; na depressão, por falta de serotonina. E nos disseram que havia medicamentos que resolviam o problema, assim como a insulina faz pelos diabéticos”, afirmou em entrevista ao jornal El Pais.
Para ele, os psiquiatras sempre tiveram um complexo de inferioridade. “O restante dos médicos costumava enxergá-los como se não fossem médicos autênticos. Nos anos 70, quando faziam seus diagnósticos baseando-se em ideias freudianas, eram muito criticados. E como poderiam reconstruir sua imagem diante do público? Vestiram suas roupas brancas, o que lhes dava autoridade. E começaram a se chamar a si mesmos de psicofarmacólogos quando passaram a prescrever medicamentos. A imagem deles melhorou. O poder deles aumentou. Nos anos 80, começaram a fazer propaganda desse modelo, e nos noventa, a profissão já não prestava atenção a seus próprios estudos científicos. Eles acreditavam em sua própria propaganda”, relata.
Para Whitaker, houve uma união do útil ao agradável.  Uma história que melhorou a imagem pública da psiquiatria e ajudou a vender medicamentos. No final dos anos oitenta, o comércio desses fármacos movimentava  US$ 800 milhões por ano. Vinte anos mais tarde, já eram US$ 40 bilhões. “Se estudarmos a literatura científica, observamos que já estamos utilizando esses remédios há 50 anos. Em geral, o que eles fazem é aumentar a cronicidade desses transtornos”, afirma de forma categórica.
Essa mensagem, segundo o próprio Whitaker, pode ser perigosa, mas ele não traz conselhos médicos nos estudos (Anatomy of an Epidemic), não é para casos individuais. “Bom, se a medicação funciona, fantástico. Há pessoas para quem isso funciona. Além disso, o cérebro se adapta aos comprimidos, o que significa que retirá-los pode ter efeitos graves. O que falamos no livro é sobre o resultado de maneira geral. É para que a sociedade se pergunte: nós organizamos o atendimento psiquiátrico em torno de uma história cientificamente correta ou não?”, diz.
Whitaker foi muito criticado, apesar de seu livro contar com muitas evidências e ter recebido prêmios. Mas a obra desafiou os critérios da Associação Norte-Americana de Psiquiatria (APA) e os interesses da indústria farmacêutica. Mas desde 2010 novos estudos confirmaram suas pesquisas. Entre eles, os trabalhos dos psiquiatras Martin Harrow e Lex Wunderink e o fato de a prestigiada revista científica British Journal of Psychiatry já assumir que é preciso repensar o uso de medicamentos. “Os comprimidos podem servir para esconder o mal-estar, para esconder a angústia. Mas não são curativos, não produzem um estado de felicidade”, diz. 
Fonte: http://www.psicologiasdobrasil.com.br/estudo-mostra-que-industria-e-psiquiatria-criaram-doencas-e-remedios-que-nao-curam/

segunda-feira, 8 de maio de 2017

"ABAIXO O TER, VIVA O SER" - ARNALDO JABOR




Fui criado com princípios morais comuns:
Quando eu era pequeno, mães, pais, professores, avós, tios, vizinhos, eram autoridades dignas de respeito e consideração. Quanto mais próximos ou mais velhos, mais afeto. Inimaginável responder de forma mal educada aos mais velhos, professores ou autoridades… Confiávamos nos adultos porque todos eram pais, mães ou familiares das crianças da nossa rua, do bairro, ou da cidade… Tínhamos medo apenas do escuro, dos sapos, dos filmes de terror… Hoje me deu uma tristeza infinita por tudo aquilo que perdemos. Por tudo o que meus netos um dia enfrentarão.

Pelo medo no olhar das crianças, dos jovens, dos velhos e dos adultos. Direitos humanos para criminosos, deveres ilimitados para cidadãos honestos. Não levar vantagem em tudo significa ser idiota. Pagar dívidas em dia é ser tonto… Anistia para corruptos e sonegadores… O que aconteceu conosco? Professores maltratados nas salas de aula, comerciantes ameaçados por traficantes, grades em nossas janelas e portas. Que valores são esses? Automóveis que valem mais que abraços, filhas querendo uma cirurgia como presente por passar de ano. Celulares nas mochilas de crianças. O que vais querer em troca de um abraço? A diversão vale mais que um diploma. Uma tela gigante vale mais que uma boa conversa. Mais vale uma maquiagem que um sorvete. Mais vale parecer do que ser… Quando foi que tudo desapareceu ou se tornou ridículo?

Quero arrancar as grades da minha janela para poder tocar as flores! Quero me sentar na varanda e dormir com a porta aberta nas noites de verão! Quero a honestidade como motivo de orgulho. Quero a vergonha na cara e a solidariedade. Quero a retidão de caráter, a cara limpa e o olhar olho-no-olho. Quero a esperança, a alegria, a confiança! Quero calar a boca de quem diz: “temos que estar ao nível de…”, ao falar de uma pessoa. Abaixo o “TER”, viva o “SER”.  E viva o retorno da verdadeira vida, simples como a chuva, limpa como um céu de primavera, leve como a brisa da manhã!


E definitivamente bela, como cada amanhecer. Quero ter de volta o meu mundo simples e comum. Onde existam amor, solidariedade e fraternidade como bases. Vamos voltar a ser “gente”. Construir um mundo melhor, mais justo, mais humano, onde as pessoas respeitem as pessoas. Utopia? Quem sabe?… Precisamos tentar… Quem sabe comecemos a caminhar transmitindo essa mensagem… Nossos filhos merecem e nossos netos certamente nos agradecerão!

Arnaldo Jabor

domingo, 7 de maio de 2017

MENSAGENS DE AMOR - MAHATMA GANDHI



Temos medo de estarmos conosco, mergulharmos em nosso interior. O silêncio e sua prática nos leva a esta possibilidade de encontro profundo e revitalizador. Com o silêncio, encontramos a paz e o amor incondicional vem com toda a força transformadora. O amor é a força mais sutil do mundo. O mundo está farto de ódio. E é este ódio irracional e distante da força criadora que destrói, corrompe e ensurdece a humanidade.

Pare! Recomece! Reprograme-se... O silêncio pode ser o ponto chave desta nova caminhada. Pratique-o diariamente e transforme um pouco nosso mundo. Ouça-se.


Temos de nos tornar a mudança que queremos ver no mundo. Você tem que ser o espelho da mudança que está propondo. Se eu quero mudar o mundo, tenho que começar por mim.

Pratique diariamente o silêncio da paz. Respire profundamente algumas vezes. Inspire e sopre lentamente até ir relaxando e mergulhando dentro de si mesmo. Feche os olhos e silencie seus medos, preocupações e ansiedades diárias, por alguns momentos. Dê a chance à sua paz e a paz do mundo.



Faça a sua parte, se doe sem medo. O que importa mesmo é o que você é...

Mesmo que outras pessoas não se importem. Atitudes simples podem melhorar sua vida.

Você nunca sabe que resultados virão da sua ação. Mas se você não fizer nada, não existirão resultados. Espalhe esta ideia.

Transforme o mundo, a partir de você. Seja a mudança que você deseja para o mundo.

Ensaia um sorriso 
e oferece-o a quem não teve nenhum. 
Agarra um raio de sol 
e desprende-o onde houver noite. 
Descobre uma nascente 
e nela limpa quem vive na lama. 
Toma uma lágrima 
e pousa-a em quem nunca chorou. 
Ganha coragem 
e dá-a a quem não sabe lutar. 
Inventa a vida 
e conta-a a quem nada compreende. 
Enche-te de esperança 

e vive a sua luz. 
Enriquece-te de bondade 
e oferece-a a quem não sabe dar. 
Vive com amor 
e fá-lo conhecer ao Mundo.

Mahatma Gandhi 

sábado, 6 de maio de 2017

RESPIRAR BEM PARA VIVER MELHOR



O instante em que saímos do ambiente líquido intra uterino e o ar invade nossos pulmões é aquele que determina que efetivamente estamos no mundo em estado de interação com todos os seres vivos. Depois da pele, os pulmões são a principal via de contato com o universo que nos cerca. 

É muito interessante observar a respiração de um recém nascido. Ao chorar, o bebê que possui apenas alguns centímetros, é capaz de projetar melhor a sua voz do que muitos adultos treinados para isso e raramente ficam roucos. A sua respiração e toda a sua musculatura de suporte estão no estado natural e, sendo assim, não há interferências de mecanismos corporais que reprimam a expansão e o funcionamento adequado da musculatura respiratória. Ele a utiliza todo o seu potencial, não apenas para chorar, mas para todas as funções corporais.

Com o passar dos anos, a qualidade da respiração tende a piorar. Já na adolescência, ou mesmo na infância, esse padrão pode se alterar muito. Isso ocorre porque todas as nossas emoções exercem um forte impacto no mecanismo respiratório. Os músculos que se sobrepõem àqueles responsáveis pela expansão pulmonar agem como protetores dos órgãos vitais. Dessa forma, eles criam uma rigidez semelhante a uma couraça. O medo e a angústia, por exemplo, geram um estado de tensão que é transmitido para esses músculos, por vezes tornando a respiração ofegante. O corpo ao incorporar esse padrão durante a vida vai modificando o modo respiratório ao longo do tempo e de acordo com as situações vivenciadas.  

É possível dissolver muito dessa rigidez através de técnicas específicas para isso. Na medida em que resgatamos um padrão respiratório mais fluído, percebemos que a voz melhora, a postura (pois o diafragma se conecta com as duas primeiras vértebras lombares e através de sua livre expansão ocorrerá uma ação de delordose que deixará a coluna vertebral mais ereta), muitas vezes desaparecem dores de coluna podendo-se aumentar alguns centímetros em estatura. 

Dissolver a rigidez desses grupos musculares também proporcionará o contato com muitos processos internos que nos levaram a desenvolver mecanismos de proteção. Ao nos sentirmos conectados aos movimentos respiratórios conseguimos controlar melhor a ansiedade e o nervosismo, dormimos melhor, nossos órgãos internos funcionam melhor, sendo que quanto mais ampla for a expansão do diafragma, mais ele estimulará o funcionamento dos órgãos abdominais. Não podemos nos esquecer da oxigenação que ocorre no nível celular. O cérebro bem ventilado funciona melhor. "Arejar as ideias" e "manter a cabeça fresca", quem não quer? 

Resgatar os movimentos respiratórios naturais é algo que tenho feito há mais de 20 anos. No início, o objetivo era o aperfeiçoamento vocal de cantores, pois fui cantora lírica profissional e fonoaudióloga nesse período. Mais tarde comecei a utilizar a mesma técnica em idosos, crianças e na reabilitação de pessoas que sofreram acidente vascular cerebral. Acredito que se começarmos qualquer processo de transformação readequando a função respiratória tudo fica bem mais fácil e rápido. Reconectarmo-nos à própria natureza só trará benefícios em todas as esferas da nossa existência.


    
Texto: Marcia Degani - Para este trabalho atendo pessoas de todas as idades.  

segunda-feira, 1 de maio de 2017

RAIVA SIM, TODO MUNDO TEM



Toda vez que alguém ou algo se choca com o bem-estar de outra pessoa, com o seu prazer, irá imediatamente produzir a chispa da raiva. Esta poderá abrandar-se logo ou atear incêndio. A raiva é a reação emocional imediata à sensação de se estar sendo ameaçado, sendo que esta ameaça possa produzir algum tipo de dano ou prejuízo.

Não há quem já não tenha sido vítima da raiva. Todos os dias nos deparamos com diversas pessoas, no trabalho, no trânsito, nas conversações cotidianas, sendo estas as mais diversas, portadoras dos mais variados estados de ânimo. Não raro, alguma palavra mal empregada, algum tom de voz equivocado, e então nos sentimos ofendidos, tendo a raiva como reação imediata.

Sentir raiva é atitude natural e normal no quadro das experiências terrenas. Canalizá-la bem, elucidando-a até a sua diluição, é característica de ser saudável e lúcido. Mas como impedir que esta sensação inquietante se alastre e não ocupe mais espaços na nossa mente e sentimentos?

O primeiro passo a ser dado é a aceitação de se estar sentindo raiva. Não há motivos para nos envergonharmos da raiva e do fato de senti-la. Camuflá-la perante atitudes de falsa humildade e santificação são atitudes de quem ilude a si próprio, optando pelo parecer em detrimento do ser. Em seguida devemos nos indagar: “ Por que fiquei tão bravo ou brava com a atitude daquela pessoa? Por que me deixei atingir tanto? O que esta pessoa fez de tão desagradável a ponto de conseguir me desequilibrar o restante do dia?” Neste momento inicia-se a racionalização da raiva, e então é que percebemos que nós mesmos tivemos uma participação ativa na sua elaboração. Não foi o outro que produziu raiva em mim, pois somos nós que estamos sentindo raiva, logo nós mesmos a produzimos. Está em nós a sua origem e não no exterior.

Como dissemos, a raiva é uma reação emocional que ocorre toda vez que alguém vai de encontro ao nosso bem-estar, de maneira que nos sentimos ameaçados. O que então nos deixou tão ameaçados? Que área do meu ser aquela palavra proferida pelo ofensor atingiu de maneira tão precisa? Por que aquilo que foi dito significou tanto para nós?

A partir desse momento nós começamos a perceber que na verdade a sensação de inferioridade ou de ofensa não foi produzida pelo outro, ela já existia dentro de nós. A raiva é o lançamento de uma cortina de fumaça sobre nossos próprios defeitos, a fim de que eles não sejam percebidos pelos outros, sendo que quanto maior for o complexo de inferioridade da pessoa, mais vulnerável ela será a tudo o que for direcionado a ela do mundo exterior. Canalizar bem a raiva significa, assim, refletir sobre o porquê de nosso desequilíbrio momentâneo. Da mesma forma, outro recurso deve ser empregado: refletir sobre a origem do ato na outra pessoa.

Isso não significa, de maneira alguma, que devamos ser coniventes com o desrespeito e ironia das pessoas ao nosso redor, as quais agem sem pensar nas conseqüências de seus atos. Mostrar-se ofendido, mostrar-se desgostoso com a situação, demonstrar os sentimentos de contrariedade e até mesmo a raiva inerente à ofensa são reações perfeitamente normais, de quem respeita a si mesmo e se considera credor do respeito e consideração dos seus semelhantes. 

Certamente há situações em que a dor nos atinge sem que possamos nos defender. Ocorrências em que ficamos paralisados, sem saber como agir, tamanha nossa surpresa e decepção. Entretanto, parece que nunca estamos preparados para as decepções. Acreditamos que sempre seremos estimados e considerados por todos, e que as pessoas nunca irão nos trair – e então nos magoamos.

Em nenhum momento devemos nos permitir guardar a mágoa. Quando a mágoa se instala,  o indivíduo vai perdendo aos poucos a alegria de viver, avançando em direção aos estados depressivos – extinguindo-se o prazer pela vida. A mágoa cultivada aloja-se em determinado órgão e o desvitaliza, alterando o funcionamento normal das células. Quando dissimulada e agasalhada nas profundezas da alma, se volta contra o próprio indivíduo, em um processo de autopunição inconsciente. Neste caso, o indivíduo passa a considerar a si próprio culpado pelo ocorrido, e então se pune, a fim de expiar a sua culpa.

Segundo Sigmund Freud, todos nós temos uma certa predisposição orgânica para cedermos à somatização de algum conflito. Esta se dá geralmente em algum órgão específico. Desta forma, muitos de nossos adoecimentos repentinos são fruto do que ele chamou de complacência somática. Nós guardamos a mágoa ou “fazemos de conta” que ela não existe. Como os sentimentos não morrem, eles são drenados no próprio ser, ferindo aquele que lhe deu abrigo.

Mais uma vez, devemos recorrer à racionalização do ocorrido. Refletirmos sobre o desequilíbrio da outra pessoa, sobre sua insensatez e situação infeliz, o que faz com que a mágoa vá perdendo terreno para a compreensão e impedindo que o acontecimento venha a repetir-se continuamente na mente da criatura através do ressentimento.

O ressentimento é o produto direto da repressão da raiva. Não expressamos nossos sentimentos ao ofensor, não lhe demonstramos nosso desapontamento e desgosto e então passamos a guardá-la, a fim de desferi-la no momento oportuno. O ressentimento é fruto de nosso atraso moral. Nós guardamos a dor da ofensa a fim de esperar o momento oportuno da vingança, do revide, a fim de sobrepormos nosso ego ferido em relação ao ego do ofensor. Quando isto acontece, um sentimento de animosidade cresce dentro de nós a cada dia, até que a convivência com a outra pessoa se torne insuportável. Um olhar não suporta mais o outro e a relação cessa por completo. Muitas amizades terminam assim, por falta de diálogo, de sinceridade e humildade em reconhecermos para o outro que ficamos chateados com sua atitude. Casais acumulam memórias de brigas, guardando lembranças de atritos que já ocorreram há meses, sem trocarem sequer uma palavra sobre o assunto, criando um clima silencioso o qual vai tornando o ressentido amargo e infeliz. 

Nós devemos reagir imediatamente ao ressentimento, impedindo o seu desdobramento. Sem dúvida que existem pessoas que se comprazem na calúnia, em proferir ofensas e mentiras sobre toda e qualquer pessoa. Não devemos sintonizar com este tipo de faixa vibratória. Quando optamos por não guardar ressentimentos estamos fazendo um bem a nós mesmos, impedindo a desarmonia e inquietação. 

A causa destes algozes da alma humana, tais como a raiva, a mágoa e o ressentimento, quase sempre é a mesma: a falta de auto-estima da criatura, ou seja, a falta de amor por si mesmo. Quando valorizamos em demasia o olhar de amigos, colegas e familiares, estamos nos apoiando em terreno movediço. Nos tornamos apegados e dependentes. Por outro lado, quanto mais nos descobrimos, quanto mais passamos a desenvolver nossas potencialidades, reconhecendo nossos valores e nossa beleza única, mais seguros nos tornamos, de maneira que a raiva e a mágoa não encontram alicerces para sua instalação. 

Aquele que se ama e valoriza não se magoa facilmente e tampouco fica irado com qualquer palavra descabida de um colega ou amigo. Dessa forma, trabalhar pelo desenvolvimento de nossa autoestima é o melhor antídoto para evitarmos o acúmulo do lixo mental dos ressentimentos e mágoas. Na origem de nossos males – por mais que insistamos em culpar os outros - , sempre está a própria criatura, herdeira de si mesma.

Fonte: http// www. ipepe.com.br/raiva.html

Fonte: http://www.ipepe.com.br/raiva.html   

SONETO DE MAIO - VINÍCIUS DE MORAES



SONETO DE MAIO

Rio de Janeiro , 1957

Suavemente Maio se insinua
Por entre os véus de Abril, o mês cruel
E lava o ar de anil, alegra a rua
Alumbra os astros e aproxima o céu.

Até a lua, a casta e branca lua
Esquecido o pudor, baixa o dossel
E em seu leito de plumas fica nua
A destilar seu luminoso mel.

Raia a aurora tão tímida e tão frágil
Que através do seu corpo transparente
Dir-se-ia poder-se ver o rosto

Carregado de inveja e de presságio
Dos irmãos Junho e Julho, friamente
Preparando as catástrofes de Agosto...

Ouro Preto, maio de 1967