segunda-feira, 19 de setembro de 2016

Com que roupa eu vou?



Na medida em que vamos ficando mais velhas notamos mudanças no nosso modo de vestir. Isso não ocorre só por causa das transformações do corpo, mas porque não somos mais as mesmas e a nossa aparência reflete quem somos. Isso inclui a imagem profissional, o tipo de vida social, a rotina: buscamos nos vestir de acordo com os diversos papéis que exercemos. 

É muito interessante perceber como a nossa identidade visual se transforma ao longo do tempo. Por exemplo: gostávamos de brincos imensos na juventude e na maturidade passamos a optar por acessórios menores, ou adorávamos o estilo hippie e numa outra fase da vida não conseguimos mais nos imaginar vestindo assim. Há mulheres que na maturidade e na velhice, ao deixarem de trabalhar em ambientes formais, mudam radicalmente o visual e passam a usar roupas mais alegres e coloridas. Hoje em dia tudo é permitido em termos de estilo para todas as idades, o importante é nos sentirmos bem e nos identificarmos com aquilo que estamos vestindo.

Se por um lado tudo é permitido, vamos aprendendo com a vida o que favorece o nosso biotipo e dentro disso, tentamos adequar estilo, personalidade e o que nos cai bem. Na nossa idade ninguém suporta aquele vendedor que diz que a gente está maravilhosa e desanda a nos bajular pra tentar vender determinada roupa. Se acharmos que não ficou legal, seja lá por que motivo for, não há santo que nos convença o contrário. 

Particularmente, minha opinião sobre o que fica e não fica bem nas pessoas é aquilo que acho que tem ou não tem que ver com elas, independentemente da idade que possuem. Meu marido é coroa, decidiu voltar a usar brinquinho de argola depois de 15 anos e ficou bem legal, porque combina totalmente com o jeito e com o estilo dele, além do que, voltar a usar algo que gostava o deixou bem contente, e com a fisionomia alegre todo mundo fica mesmo mais bonito. 

Eu não sou consultora de moda, nem pretendo formar opinião sobre algo que nunca estudei, mas sou uma mulher observadora e detalhista. Minha intenção é apenas compartilhar a experiência que tenho adquirido ao longo dos anos, observando o que fica e o que não fica bem em mim, de repente, ela pode inspirar também outras pessoas. Para simplificar as compras, já vou direto no que acho vai dar certo. De tanto experimentar roupa acabei chegando a algumas conclusões:   



Sapatos:
Ao meu ver, a elegância começa na postura e no jeito de andar. Estou acima do peso, minha unha do dedão é encravada e meu pé é chato. Toda gordinha quer ganhar alguns centímetros para suavizar aquela maldita relação do peso com a altura. Só que, quando o formato do pé tem pouca curvatura, fica desconfortável mantê-lo inclinado por muito tempo. Cansadas, a nossa tendência é apoiar o peso no calcanhar e isso nos deixa com aquele andar de pato. O pior tipo de sapato para mim é o scarpin de bico fino, uma pena, porque eu acho além de lindo, um clássico. Só que o bico fino tritura o meu dedão. Se o salto for do tipo agulha, pior ainda, pois compromete a estabilidade do meu corpo. A solução que encontrei foi usar salto do tipo anabela com um pouquinho de plataforma na frente para deixar meu pé menos inclinado e dar mais estabilidade em função do meu peso. Salto mais largo também funciona, desde que não seja muito alto. Quando o sapato é fechado, procuro um modelo que tenha a ponta meio quadradinha para não incomodar a unha. Sapato que cobre o peito do pé indo em direção ao tornozelo encurta a silhueta e as botas eu uso assim: cano curto para calça ou saias longas e cano alto para saias um pouco acima ou abaixo do joelho. Observei também que sapatos no tom da pele e abertos no peito dos pés alongam as pernas porque compõem uma unidade visual (fica tudo de uma cor só). 

   


Calça: 
Para escolher um modelo de calça que nos favoreça, precisamos ter bastante consciência do tipo de corpo que temos. Antigamente eu achava que pantalona dava certo, mas acabei descobrindo que para mim não, porque me nivela da cintura pra baixo a partir da largura do meu quadril que é bem largo. Gosto daquele modelo de calça tipo flare que dá uma equilibrada nas proporções, alongando as pernas. Detesto o modelo skinny, porque como fica coladinho do joelho pra baixo, acentua ainda mais o tamanho do quadril. A cintura tem que estar no lugar que ela é na vida real. Calça de cintura baixa me dá impressão que as pernas ficaram mais curtas, o tronco mais largo e até a cintura quando existe, tende a desaparecer. Calça branca e clarinha só uso se o tecido for mais grossinho e o modelo mais soltinho, pra não marcar a celulite. Roupa larga é outro erro, apertada também. Não sei o que é pior: ficar grandalhona ou deformada. 


Blusa e Camisa: 
A primeira coisa que observo é o comprimento. Detesto blusa e camisa que terminam na linha do quadril porque destacam o lugar mais largo do meu corpo. Prefiro as mais compridinhas ou logo abaixo da cintura. Isso é muito importante para quem tem quadris largos e a ideia é tentar deixar o corpo mais longilíneo. Sou adepta do decote "V". Ele dá uma boa alongada, destaca o colo e dá pra gente chamar atenção "mais pra cima" com um colar bem vistoso. Se for pra usar manga curta, opto pela manga japonesa porque ela cobre aquela parte mais gordinha dos braços. Manga 3/4 eu acho elegante, mas o modelo tem que ser mais moderninho se não fica sério demais e aí não combina comigo e camiseta gosto daquelas que tem o corte feminino abrindo um pouco na base.



Vestido e Saia:
Acho que linhas retas e recortes sempre favorecem. Outra coisa que ajuda muito é o modelo evasê, porque o tecido cai de acordo com o formato do corpo. Prefiro os vestidos lisos porque gosto de usá-los com acessórios vistosos. Não tenho nada contra estampas pequenas, mas tenho contra estampas grandes e acho dificílimo acertar com xadrez e bolinha. Listra vertical cheguei a conclusão que dá ilusão de ótica e "encomprida" mesmo, horizontal não uso nem sob decreto...


Roupa de Festa
É onde eu vejo a galera mais errar. Uma coisa que nunca entendi é por que é tão difícil encontrar vestido de festa jovial com uma manguinha. Um monte de gente não usa alcinha no dia a dia porque os braços não estão lá essas coisas, aí na festa vai e veste um tomara que caia. O que acontece é que eles são inspirados nos vestidos das divas que têm o corpo perfeito, só que a maioria das pessoas não... Renda é um perigo porque pode pesar o visual, brilho é outro, porque quando bate a luz aumenta a largura da pessoa. Acho calça comprida com corte de alfaiataria muito chique e se não tiver muito calor, um terninho é show. A gente veste com uma camisa bacana que pode ter um brilho e são três peças que podem ser usadas com outras combinações.




Acessório
Dá pra mudar toda a atmosfera da roupa mudando os acessórios. Depois que meu pescoço deu uma engrossada parei de usar gargantilhas e descobri os colares mais compridos que dão um charme no visual. Só que também aprendi que acessório veste que nem roupa, tem que assentar no corpo e ter um bom caimento. Quando uso um colarzão prefiro combiná-lo com um brinquinho, se não  fica muito exagerado. Adoro usar pashminas porque acho que dão certo com nosso clima e são práticas pra gente dobrar e colocar dentro da bolça. Bateu o friozinho e elas estão lá. Cinto raramente eu uso, porque acho que eles cortam a silhueta no meio e prefiro enxergar uma coisa só. Quando uso, prefiro os fininhos e na altura certa da cintura. 



Gente, o que escrevi não passa do que eu fui testando e vendo que dá certo e eu gosto, daí senti vontade de compartilhar com a galera envelhescente que não se enquadra mais no setor da moda jovem, mas que quer se vestir bacaninha. O importante mesmo é nos sentirmos bonitas com a roupa que usamos. Estar seguro e autoconfiante é o principal. Cada um tem seu próprio estilo e só ficamos lindas quando nos mantemos fiéis àquilo que somos, vestindo roupas que são a nossa cara e que refletem nosso jeito de ser.  

  

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