domingo, 30 de outubro de 2016

"10 anos a 1000 e 1000 anos a 10"


Nas minhas buscas de conteúdo para o Blog me deparei com uma notícia publicada no site Terra em 2002 narrando a história do idoso Adamastor e um jovem aluno de Letras encarregado de escrever a sua biografia. O título dado à matéria foi o seguinte: "Aluno faz biografia do homem mais idoso do mundo".

"Quando completou 121 anos de idade, Adamastor decidiu convidar um jovem escritor para escrever sua biografia. Interessado na história do homem mais idoso do país, um estudante de Letras ofereceu-se para a tarefa. Na primeira reunião, depois de tomar um café com Adamastor, o rapaz pediu ao velho que relatasse sua vida desde a infância."

A notícia segue contando a história do idoso. Uma história comum, que poderia ser a de qualquer um de nós. Nada havia nos seus relatos de vida que justificasse tamanha longevidade, nenhum feito épico, nenhum fato grandioso ou exemplo de superação. O diferencial de Adamastor era estar vivo aos 121 anos de idade e o seu desejo de registrar sua passagem pelo mundo. Segue trechos nos quais ele conta ao jovem como foi a sua vida:

"Adamastor contou como foi sua criação numa chácara do interior do estado. Seu pai era um pequeno agricultor que cultivava morangas e domava cavalos.  Quando não estava no colégio ou na missa, Adamastor comprava gibis e, depois de lê-los, trocava com os amigos, com quem também andava de bicicleta diariamente. Aos 15 anos, mudou-se para a capital e morou na casa de um amigo de seu pai até formar-se no segundo grau. Precisando de dinheiro, pegou um emprego como entregador. Conheceu Laura na faculdade e, depois de um ano e meio de namoro, tiveram uma filha. Adamastor se casou com Laura duas semanas após a formatura. (...) Adamastor nunca parou de andar de moto. Era seu hobby preferido. (...) Com o passar dos anos, a filha de Adamastor, que se chamava Luciana, cresceu, formou-se em Relações Públicas e mudou com o namorado para Minas Gerais, onde administra uma pousada em uma das chapadas da região. Adamastor trabalhou como diretor da empresa de entregas e transportes até se aposentar. Aos quarenta anos teve um câncer de pele, mas tratou-se cedo e ficou tudo bem. Vendeu o apartamento e foi morar com Laura numa casa da zona sul, mais sossegada. Durante os cinquenta anos seguintes, aproveitou para dormir bastante, ler livros como "Guerra e Paz" e "Grande Sertão: Veredas", e fazer algumas pequenas viagens para destinos como as Missões e Buenos Aires. Laura morreu dormindo aos 70 anos de idade, e desde então Adamastor simplesmente ia levando a vida, passeando no sol da manhã e mantendo relações sociais com os vizinhos. Não tinha nenhum segredo para sua longevidade. Talvez fosse o café. Ou quem sabe os três cigarros Marlboro que fumava por dia."

Neste momento, a notícia segue narrando que após meia dúzia de entrevistas, o estudante de Letras ao ouvir as gravações e ler suas anotações concluiu que não havia nada de relevante nos relatos de Adamastor. Ligou para ele e disse não ter encontrado um fato sequer de sua centenária existência que merecesse um parágrafo de uma biografia.

"Adamastor ficou muito amargurado com as palavras do jovem e foi até a garagem chorar diante de sua velha Yamaha, de modelo ultrapassado, mas impecavelmente conservada, com lataria reluzente e óleo pingando nas correias. Tinha vontade de ligar a máquina e deslizar os pneus pelas curvas asfaltadas da serra, mas há muitos anos já não tinha forças para pilotar a moto." 

E assim termina a biografia de Adamastor. A matéria então é concluída de uma forma que me impactou profundamente: "o jovem estudante morreu por overdose de drogas quinze dias depois, aos 23 anos..."

Se esta narrativa é verídica ou até que ponto, cabe consultar ao Portal Terra. Para mim serviu como elemento de reflexão. Fiz outras buscas no Google tentando encontrar outras versões dessa mesma história e apenas obtive notícias de idosos que atingiram os 121 anos. Decidi recontá-la aqui no Blog por uma única e simples razão: ficamos preocupados em realizar tantas coisas e construímos nossas vidas imaginando se algum dia serão vistas como algo especial e incomum. A grandeza e a sabedoria de Adamastor foi viver e seguir adiante, sem desejar ser ou parecer uma pessoa extraordinária. Me emocionou ler sobre a possível vida de alguém que passou tanto tempo no mundo, na mais absoluta despretensão e simplicidade, seguindo o curso da natureza, um dia após o outro. Quanto ao jovem, certamente a imaturidade o impediu de enxergar toda a riqueza contida nos relatos do velho. Me lembrei então de uma letra de música que fala sobre "viver 10 anos a mil ou 1000 anos a 10..." 

Fonte:http://noticias.terra.com.br/popular/noticias/0,,OI75296-EI1144,00-Aluno+faz+biografia+do+homem+mais+idoso+do+mundo.html   





8 COISAS QUE AS PESSOAS MENTALMENTE MAIS MADURAS EVITAM




Ser mentalmente saudável inclui ter hábitos e atitudes saudáveis para consigo mesmo e com os outros.

Pessoas mentalmente saudáveis têm maior controle sobre suas emoções, atitudes e pensamentos. Seu comportamento é direcionado para bem-estar próprio e daqueles ao seu redor. Por isso veja aqui se você se encontra no lado certo da moeda.

Pessoas mentalmente mais sadias evitam:

1. Achar que alguém irá completá-las

Esse tipo de pessoas não depende de outros para sentirem-se completas, pelo contrário, procuram ser completas antes de procurar alguém para se relacionar. Pessoas saudáveis não se ressentem da solidão e adoram a própria companhia. Gostam tanto que querem dividir sua companhia com alguém especial.

2. Sentir-se vítimas das circunstâncias

Pessoas mentalmente saudáveis se recusam a sentar e reclamar da vida e das pessoas. Ao contrário, estão tão ocupadas construindo suas próprias vidas que não têm tempo para reclamar ou lamentar. Veem os outros como companheiros em um mundo que nem sempre é justo ou fácil.


3. Envolver-se em excesso nos problemas alheios

Os mentalmente saudáveis não se envolvem nos problemas dos outros simplesmente para compartilhar sua dor. Eles se compadecem, e até podem chorar junto – por um tempo. Em seguida buscam ver em que podem ajudar, e o fazem. Porém, sabem que absorver o problema do outro não ajudará ao outro e será péssimo para si mesmo.

4. Tentar agradar a todos

Isso é impossível. Jesus Cristo é perfeito e nunca agradou a todos. Tentar fazer isso é atentar contra a própria sanidade mental. Além de, claro, não ter a mínima necessidade de se fazer. Pessoas mentalmente sãs buscam apenas serem justas e cuidadosas com os outros.

5. Repetir sempre os mesmos erros

Aprender com os erros e não os repetir é fundamental para o bem-estar emocional e equilíbrio de qualquer um e os mentalmente saudáveis sabem disso, por isso assumem a responsabilidade por seu comportamento e não culpam os outros ou as circunstâncias por seus erros e os corrigem tão logo os tenham cometido.

6. Ser imediatista

Não trocam o sucesso em longo prazo por prazeres momentâneos. Sabem esperar, têm paciência e não acham que tudo deve ser quando querem e do modo que querem, como crianças mimadas. Entendem a relação causa/consequência e a lei da colheita.


7. Reclamar

Esse tipo de pessoa sabe que reclamar nunca resolveu nenhum problema. São apenas afirmações para si mesmo de que você não é capaz de resolver um problema ou que é uma vítima involuntária – pensamentos que tiram o poder individual. Ao invés disso, analisam o problema, meditam sobre ele, buscam as soluções e se não puderem resolver tudo, aceitam isso.

8. Permanecer em relacionamentos não saudáveis

Pessoas mentalmente mais saudáveis não têm relacionamentos descartáveis. Elas entendem que todo relacionamento é construído pelas pessoas envolvidas nele. Elas fazem sua parte e até além da sua parte para manter seus relacionamentos e valorizar a pessoa envolvida. Porém, se todos os seus esforços não estão conseguindo fazer com que seu relacionamento seja saudável, elas não se culpa. Elas não se tornan um avestruz que enfia a cabeça na areia. Elsa simplesmente saem do relacionamento doente.

Há muitas atitudes que pessoas mentalmente mais sadias fazem e que beneficiam a elas mesmas e aos outros. Não têm medo de ser o que são e se orgulham em sê-lo. Tomam suas próprias decisões, cuidam de suas próprias vidas e tornam o mundo um lugar melhor com sua presença.

Fonte: Família

Nota: Lembre-se, se você se sente perdido em um desses itens, procure ajuda. Na vida seguimos em busca do equilíbrio, mas todos nós podemos nos desestabilizar. A melhor atitude é aquela de sempre tentar perceber os deslizes que nos adoecem e retomar a estrada que nos mantém bem e mais saudáveis. 

sábado, 29 de outubro de 2016

A prática do afeto




Depois de passarmos muito tempo ao lado de outra pessoa, começamos a achar que os pequenos detalhes são dispensáveis. Não são. Quantos relacionamentos poderiam ter sido salvos se as bocas continuassem a dizer frases simples como: “ei, você está bonita”, ou “você é importante pra mim”. Todo relacionamento, assim como uma casa, precisa de manutenções regulares. E manter, nesse caso, nada mais é do que ser capaz de dizer e também ouvir coisas aparentemente desgastadas.

Não é à toa que dizem por aí que a prática leva à perfeição. Ninguém pode ser bom de fato em algo sem se dedicar àquilo de corpo e alma. O casal que não prima pela repetição, erra. Erra feio, erra rude. A busca incessante pelo novo, o anseio incontrolável por novidade muitas vezes nos leva ao total esquecimento daquilo que é essencial. A saudação de bom dia, o agradecimento, o elogio, as demonstrações de apoio e de afeto fazem parte de um ritual complexo. Renegar a urgência disso é antecipar a cerimônia de adeus. Reforças os laços é mais do que ir ao cinema ou ao restaurante juntos. É também restabelecer o diálogo, o prazer da companhia através da palavra, da conversa mesmo que banal.

A intimidade se quebra quando não há conversa. Mesmo a intimidade dos corpos é afetada com a distância verbal. Não há tesão que resista à degeneração do diálogo. Ainda é e sempre será importante não reprimir o impulso de falar com o outro sobre o brilho no olhar, sobre o sabor do beijo, sobre a sensação confortável de uma mão aquecendo a outra numa noite fria na volta pra casa ou sobre o prazer de dividir o cobertor no sofá em tarde de chuva.

O declínio do afeto começa no desprezo pelas coisas pequenas. O silêncio só vira ouro quando a palavra que escolhemos não dizer for de chumbo. Caso contrário, cada sílaba importa.

Por Jocê Rodrigues

sexta-feira, 28 de outubro de 2016

COISAS QUE NINGUÉM TE CONTA SOBRE O RIVOTRIL - Dr. Eduardo Drummond



Enquanto o Rivotril é enaltecido e utilizado por toda uma geração de forma indiscriminada como se fosse remédio para dor de cabeça, as pessoas que fazem uso desse medicamento pouco sabem sobre os efeitos de longo prazo desse psicofármaco.

O Rivotril é um remédio da classe dos benzodiazepínicos que são drogas psicotrópicas, isto é, medicamentos que afetam a mente e o humor. Eles também são popularmente conhecidos como tarjas pretas, tranquilizantes, calmantes, ansiolíticos, medicamentos anti-ansiedade, sedativos, pílulas para dormir e hipnóticos. São prescritos principalmente nos quadros de ansiedade e problemas de sono.

Segundo dados da OMS cerca de 10% da população mundial utiliza os benzos. Desse montante, um terço faz uso regular e o restante ou dois terços utilizam os benzos a mais de 180 dias. No Brasil, entre 2006 e 2010, o número de caixinhas vendidas de clonazepam saltou de 13,57 milhões para 18,45 milhões, um aumento de 36%. O Rivotril domina esse mercado, respondendo por 77% das vendas em unidades (14 milhões por ano). Esses números não contam os outros campeões de venda como o alprazolam e o bromazepam.

Se pensar bem, provavelmente o seu vizinho de baia no trabalho ou seu vizinho de residência tem grandes chances de ser um usuário de Rivotril.

Existe um risco significativo de dependência de “benzos”, por exemplo, mesmo se você seguiu as ordens do seu médico e nunca abusou sua receita, você poderá experimentar sintomas de abstinência significativos caso suspenda o uso do remédio de forma abrupta. A duração recomendada de uso é de não mais do que duas ou três semanas de uso diário. A dependência física estabelece-se após seis semanas de uso, mesmo que moderado. O uso crônico cria tolerância obrigando a aumentar a dose para obter os mesmos efeitos. Entretanto, algumas pessoas podem utilizar a mesma dose mais de 10, 20 anos.

O fato é que ao contrário de uma droga ilícita como a cocaína, a heroína ou de drogas lícitas como o álcool e o cigarro, os prejuízos na vida da pessoa podem ser vistos de forma menos clara. O prejuízos acontecem de forma lenta e nebulosa.

Os “benzos” são prescritos para a ansiedade e sono. Mas, a longo prazo, algumas pessoas poderão ter sua ansiedade aumentada e sua qualidade do sono prejudicada. Quadros depressivos também tem grandes chances de se instalar nos dependentes a longo prazo. Alguns usuários de longo prazo relatam não notar nenhum efeito dessas drogas em suas vidas já tendo tomado a medicação durante alguns anos. Entretanto, quando questionados do porquê de não procurarem um médico e fazerem o “desmame” ou substituição por outro tipo de medicação mais eficaz, esses optam por continuar ingerindo a droga seja por comodidade ou medo. Na realidade, o medo da retirada mantém o indivíduo tomando esse tipo de remédio. A maioria com certeza já experimentou ficar um dia sem o remédio por diversos motivos e se viu completamente desestabilizado emocionalmente nos dias posteriores.

Os problemas de dependência e abstinência/privação são comparáveis aos de outras substâncias que causam dependência como cocaína e, tendo-se transformado, nos países aonde há um uso mais generalizado, num problema de saúde pública, que só agora começa a ser reconhecido na sua verdadeira escala. Os países desenvolvidos receitam cada vez menos benzos em função de suas consequências e de processos médicos.

Pesquisa da Drug Abuse Warning Network (DAWN) do departamento de saúde dos EUA, indica que em 2009 mais de 300.00 pessoas fizeram uso da emergência dos hospitais nos EUA por abuso de abuso de benzodiazepínicos. Se você tem problemas de compulsão com outras substâncias, isso aumenta a também sua probabilidade de compulsão com “benzos”.

Dentre as mortes de celebridades envolvidas com coquetéis de drogas contendo “benzos” podemos citar: Elvis Presley (diazepam, codeína, morfina e petidina), o cantor Michael Jackson (propofol, diazepam, lorazepam e midazolam), o ator Heath Ledger que fez o papel de “coringa” do filme Batman (oxicodona, hidrocodona, diazepam, temazepam, alprazolam e doxilamina), a atriz e modelo Anna Nicole Smith (clonazepam, lorazepam, oxazepam e diazepam), entre muitos outros (Fonte G1).

Não há dúvida da eficácia e ajuda que esses remédios podem ter a curto prazo, entretanto se tiver que tomar a droga,tome a curto prazo, mas não deixe de lembrar que a longo prazo ela pode ter efeitos danosos na vida de qualquer pessoa. O potencial para danos cerebrais orgânicos e comprometimento cognitivo podem ser permanentes segundo diversas pesquisas. Todas disponíveis na internet ou em artigos científicos.

Os pacientes que tomam altas doses de “benzos” por longos períodos de tempo apresentam fraco desempenho em tarefas visuais e espaciais e atenção sustentada. Isso implica que esses pacientes não funcionam bem na vida no dia a dia e que eles não estão conscientes de sua capacidade reduzida de performance.

O ideal é que você desenvolva novas estratégias para lidar com os eventos estressantes da vida que não estejam baseadas somente no uso do remédio. Essas estratégias podem envolver o desenvolvimento pessoal, psicoterapia, mudança de vida, exercícios físicos, meditação, técnicas alternativas de relaxamento, yoga, mais lazer, etc, de modo a gerenciar de forma eficaz a sua ansiedade. Com certeza isso dá mais trabalho do que apenas tomar pílulas todos os dias.

Escrevi um livro chamado “Vivendo sem Calmantes – ajudando você a se libertar dos calmantes, da ansiedade e da depressão” cujo o objetivo é auxiliar você, seus familiares e amigos que desejam largar os calmantes a ter uma vida mais feliz e plena. Além disso, o livro traz dicas de desenvolvimento pessoal, testemunhos de pessoas que conseguiram, dicas de medicina alternativa e complementar e de diversas técnicas para ajudar as pessoas a terem uma vida com mais qualidade.

Se ligue e tenha uma vida melhor! Seu corpo e a sua mente agradecem!


Eduardo Drummond – Psicólogo Clínico e Coach – CRP 05/35489 

A realidade sobre O AMOR NA VELHICE - Olympia Salete Rodrigues


Esse texto é especialmente interessante porque foi escrito sob a ótica de uma pessoa idosa. A questão do direito ao amor e ao sexo é levantada aqui magistralmente. Tomei a liberdade de grifar os trechos que mais me impactaram. Me impressionou a forma realista como a autora aborda o tema e penso que as palavras que seguem merecem a nossa atenção e reflexão. 

O Amor na Velhice (fragmento) - Olympia Salete Rodrigues


Por falar eu de amor, e por amar de verdade, muita gente entende que sou atrevida, ridícula, inconsequente etc. etc.... E, o estranho disso é que não ouço tais críticas de pessoas jovens, mas de pessoas que estão caminhando para o auge da maturidade cronológica e atribuem a mim os fantasmas da própria velhice que se aproxima. Os jovens, em geral, admiram minha coragem de amar e declarar meu amor. Para eles, quase sempre, a idade fica em segundo plano, não influi na relação ou no diálogo. Mais ainda, eles até se declaram egoístas, querendo aprender e sorver a sabedoria do velho com quem se relacionam como amores ou como amigos. Daí eu concluir que aqueles que tentam anular o direito de amar dos velhos, estão apenas refletindo neles seus próprios medos, sua incapacidade de amadurecer o amor na medida em que amadurecem em idade.

É simples encarar a equação. Ninguém, em seu perfeito juízo, negaria ao velho os direitos todos que a vida lhe dá: comer, dormir, divertir-se, trabalhar, enfim, exercer plena e conscientemente a vida que pulsa. Por que negar-lhes o direito ao amor e ao sexo? Se isso fosse normal, certamente esses desejos legítimos e saudáveis se arrefeceriam com o passar do tempo. Se não arrefecem é porque a natureza sábia reconhece sua validade. E, pelo que constatamos, a libido não tem mesmo idade... Ela pede e grita no velho como pedia e gritava no jovem que ele foi. E como aceitar uma restrição que venha de fora? Como ceder à pressão e se enclausurar, renunciar a viver esse lado exultante do eu? 

Pensemos um pouco em nossos antepassados: pais, avós, familiares que se entregaram a um marasmo na velhice por não terem força para lutar contra preconceitos terríveis e tão propalados que eles próprios os assumiam. O homem era até mais prejudicado, pois vivia perseguido pela "fatalidade" da impotência "obrigatória" depois de certa idade. E a grande maioria ficava impotente mesmo, pelo poder da sugestão. Os progressos da medicina vieram em seu socorro e hoje o problema, se aparece, é contornável. As mulheres não eram estigmatizadas por essa terrível previsão, mas o eram pelos preconceitos e se fechavam em conchas a partir de certa idade, acreditavam que a menopausa as tornaria menos fêmeas e menos desejáveis. E está fechado o círculo: casais velhos, frustrados e infelizes, apenas sentados indefesos na sala de espera da morte. E assim vimos ou temos notícias de tantos entes queridos que definharam depois de nos darem a vida, a educação, a sua sabedoria, para que seguíssemos felizes os nossos caminhos. E eu pergunto: isso é justo? 

Convoco os ainda jovens para que abram suas mentes e preparem seu futuro de velhos. Só assim chegarão à velhice com a dignidade e a sabedoria que torna os velhos realistas, felizes e seguros. Seus preconceitos de hoje, se existem, os tornarão certamente velhos amargos, vítimas de si mesmos, das crenças errôneas que acumularam e deixaram que se cristalizassem

Convoco os velhos como eu, ou mais velhos que eu, para exercerem seus direitos, esclarecer aos jovens suas posições e mostrar-lhes as verdades que viveram e que os tornaram melhores. Entreguemos o amor ao ser amado, sem vergonha e sem medo, e vivamos esse amor intensa e completamente, na alma e no corpo. Se disserem que idade não é documento..., mostremos que é sim, documento importante porque repleto de experiência e de aprendizagens muitas vezes à custa de sofrimento. Somos todos lindos, independente de aparência física, porque é linda nossa alma e linda a nossa coragem de amar! Portanto, não nos enterremos antes da hora. Vivamos, vivamos! No momento certo, outros nos enterrarão, gratos pelas lições que lhes deixamos. 

Fonte:http://www.paralerepensar.com.br/coracoralina.htm

quinta-feira, 27 de outubro de 2016

O poder da paciência - Prof. Felipe de Souza



Olá queridos leitores,
Abaixo um texto muito especial, sobre a relação entre paciência e excelência!!!

A paciência gera excelência. Texto de M. J. Ryan – Livro: O poder da paciência. Editora Sextante
“Talento significa uma enorme paciência”. (Gustave Flaubert).

Entre as muitas coisas que Thomas Edison inventou, talvez a mais conhecida e a mais importante seja a lâmpada.

Enquanto lutava para conseguir chegar a um resultado, ele dizia: “Eu não fracassei setecentas vezes. Eu não fracassei nem uma única vez. Eu consegui provar que estas setecentas maneiras não funcionam. Quando tiver eliminado todas as maneiras que não funcionam, descobrirei a que funcionará”.

Há anos eu reflito sobre a paciência, mas foi só nos últimos meses que comecei a perceber a relação entre paciência e o cultivo da excelência. É assim que Eric Hoffer a define: “Na essência de cada verdadeiro talento há uma consciência das dificuldades inerentes a qualquer realização e uma certeza de que com persistência e paciência algo importante será realizado. Portanto, o talento é uma espécie de tenacidade”. George Louis Leclerc de Buffon estava se referindo à mesma coisa quando escreveu: “A genialidade nada mais é do que uma aptidão maior para a paciência”.


Esses pensadores nos lembram que a genialidade precisa ser cultivada. Devemos aperfeiçoar um dom repetidamente: pintar, escrever, entender o fundionamento de um computador, jogar futebol, amar, criar os filhos. Somente com muita dedicação conseguiremos a realização de nosso potencial. E isso só é possível quando temos paciência com nosso progresso, por mais lento que ele seja.

Um estudo recente confirma isso. Um pesquisador da Universidade da Flórida descobriu que, em média, são necessários dez anos de prática para adquirir a perícia de um especialista. Isso requer muita paciência!

Há dois anos, o Instituto Gallup apresentou um estudo pioneiro sobre excelência. Numa pesquisa com cerca de dois milhões de entrevistados, o Instituto chegou à conclusão de que as pessoas que se sobressaem conhecem seus pontos fortes e investem neles. Elas não se preocupam em desenvolver seus pontos mais fracos, concentrando esforços em suas aptidões especiais até as terem maximizado.


Assim como o vinho, que vai ficando cada vez melhor à medida que envelhece, também a paciência, com o tempo, vai atingindo todo o seu potencial. Praticando-a, podemos oferecer nossa contribuição especial ao mundo. E é recebendo o que cada um tem de melhor que o planeta progride.

por Professor Felipe de Souza | Psicologia

quarta-feira, 26 de outubro de 2016

A IMPORTÂNCIA DA LEITURA PARA O FUNCIONAMENTO CEREBRAL


Estudos comprovam que para atenuar os efeitos do envelhecimento, os estímulos como: ver filmes, visitar exposições, dançar, cantar e é claro ler, mantêm o cérebro ativo; o que é o melhor caminho para evitar uma série de degenerações do corpo e da mente.

O importante é manter a mente ativa e assimilar novos conhecimentos. O exercício mental da leitura ajuda a melhorar o funcionamento cerebral, pois mesmo com a idade avançada, novos neurônios podem nascer.

Nosso cérebro é um organismo vivo que aprende e cresce ao interagir com o mundo através da percepção e da ação.

Segundo o site estantevirtual.com.br, listamos 10 benefícios da leitura:
·       A leitura estimula a memória expandindo a capacidade da nossa mente.
·       A leitura é combustível inesgotável para a imaginação.
·       A leitura nos dá as palavras, instrumentos para expressar nossos sentimentos.
·       A leitura nos aproxima da compreensão de mundo e do autoconhecimento.
·       Ao ler, nos deparamos com aquilo que pensamos, isto é, nossas crenças.
·       É possível experimentar sensações com a leitura, sem de fato, experimentá-las fisicamente.
·       O ato de ler leva naturalmente ao escrever e ao escutar.
·       Ler pode eleva a autoestima.
·       A leitura desconhece a solidão, nos permite estar sempre acompanhados;
·       A leitura constrói sonhos e nos empurra para a realização.

Segundo pesquisas do Centro Médico da Universidade Rush (Chicago-EUA/”Neurology”, 3 de julho), a atividade de leitura pode reduzir a velocidade do processo de deterioração mental  em até 15%. O Dr.  Marcos Alvinair Gomes (geriatra) diz o seguinte sobre o assunto: “Um dos processos de prevenção contra a perda de memória e cognição é o estímulo permanente do cérebro. E uma das formas de manter essa estimulação permanente é a leitura. Peço para quem tem o hábito da leitura não perdê-lo e para quem não tem começar a ter”.  

Agora sabendo de tantos benefícios é só sentar e ler que lá vem história...

Fonte:http://www.quantomaistardemelhor.com/2016/05/a-importancia-da-leitura-para-o-cerebro.html

terça-feira, 25 de outubro de 2016

ESQUECER É TÃO IMPORTANTE QUANTO RECORDAR


Agora há pouco estava pesquisando sobre a Doença de Alzheimer que é conhecida por ser a "doença do esquecimento". Como é uma doença progressiva, a grande preocupação dos médicos e terapeutas é preservar a memória. Neste caso, as células do hipocampo vão morrendo aos poucos e isso se estende para outras áreas do cérebro. Então a pessoa começa a perder a memória recente, ou seja, se esquece que deixou a comida no fogo, que já tomou o seu medicamento, etc, para depois se esquecer de fatos importantes que ocorreram em sua vida, por fim perder habilidades que lhe garantem a sobrevivência e não se lembrar nem do nome dos filhos. Em termos patológicos isso é devastador, pois todo o aprendizado da vida é fundamentado na memória. Mas o que me chamou a atenção nessa pesquisa foi a questão da importância do esquecimento para as mentes saudáveis, sendo que ele é a limpeza que permite a entrada de novas informações e o processamento de novas experiências.

Trabalhos que visam potencializar o aprendizado concluíram que perde-se 50% da informação retida de um dia para o outro de estudo. Com muito treinamento, conseguimos baixar para 30%, o que ainda é muito. Em relação às experiências de vida, armazenamos na memória o que teve envolvimento emocional. Não conseguimos nos lembrar do que fizemos em dias específicos de anos passados, mas nos lembramos, por exemplo, o que estávamos fazendo no dia em que alguém querido faleceu ou quando soubemos que nosso filho passou no Vestibular. É por isso que letras de música e melodias são recordações preservadas em muitos pacientes que têm Alzheimer, mesmo estando em estágio avançado, pois a música é sempre uma expressão de forte apelo emocional. Mas é bem interessante pensar que mais se esquece do que se lembra, e que esse mecanismo é uma coisa linda da natureza.

Pois bem, outro dia ao assistir um programa de TV apareceu o Tarcísio Meira bem jovem que, ao ser perguntado pelo Moacyr Franco, sobre que recordação desagradável ele guarda da sua vivência artística, respondeu brilhantemente: "na minha profissão tenho que decorar milhares de textos. O volume de informação diária que eu tenho que reter é imenso, então da mesma forma que minha memória armazena, ela elimina informações. Isso quer dizer que me esqueço das coisas com muita facilidade, logo não guardo nenhuma memória desgostosa em relação à minha carreira". O que ele disse, é que possui um treinamento natural voltado tanto para a memorização quanto para o esquecimento. E isso faz muito sentido, porque o cérebro precisa de espaço para que o novo entre.

“Nós não seríamos capazes de aprender novos conhecimentos e informações se não esquecêssemos algumas coisas. Precisamos atualizar nossa memória para que possamos lembrar e pensar sobre aspectos que são atualmente relevantes.” 
(Benjamin Storm)

Seria ótimo se conseguíssemos organizar a memória do nosso cérebro do mesmo jeito que organizamos a do nosso computador. Tem gente que já manda tudo para as pastas certas, deletando de cara o que sabe que não vai precisar. Eu já vou jogando tudo pra Área de Trabalho e deixo para depois arrumar os conteúdos, o que dá mais trabalho. Legal é que depois que limpo a Área de Trabalho sempre fico com a sensação de ter arejado a cabeça.

Só que com o nosso cérebro não funciona bem assim e o armazenamento das memórias não é tão voluntário. O trauma é um exemplo disso. Ele é um mecanismo de defesa que ocorre em virtude de uma experiência tão negativa que a mente não conseguiu processar e gerou um bloqueio que é semelhante ao esquecimento. Mas neste caso, a recordação fica lá num nível muito profundo, inconsciente, e essa memória atrapalha bastante a nossa vida, fazendo com que tenhamos comportamentos que não entendemos o por quê. Assim, excluir do nosso cérebro o que não presta não é tão simples, mas é possível. Nem tudo de ruim que vivemos se tornou um trauma, às vezes é uma má lembrança que decidimos nos apegar e não largamos dela de jeito nenhum. Por que isso acontece, eu sinceramente não sei, mas acontece. Vou pedir para algum psicólogo colaborar com nosso Blog elucidando essa questão.

O fato é que o esquecimento é um grande aliado para a manutenção da nossa saúde mental. Estar bem psiquicamente é estar internamente organizado. Quando decidimos arrumar uma gaveta a primeira coisa que fazemos é jogar fora o lixo. Às vezes sai tanto bagulho que a gente até se surpreende com o espaço que sobrou. A gaveta fica livre, fácil, com cada coisa no seu devido lugar e se precisarmos guardar algo novo vai ter lugar de sobra. Jogar fora todo tipo de lixo deveria ser uma disciplina constante. Pra que guardar o que já se sabe que não vai servir pra nada?
 

segunda-feira, 24 de outubro de 2016

GOSTAR DO FILHO - ARTHUR DA TÁVOLA

 GOSTAR DO FILHO
Gostar do filho é saber-se ridículo no meio da mais completa grandeza. Ë ser piegas tanto quanto profundo e conviver com o que se soube economizar do emprego com o patrão vida. E descobrir-se mudando a cada dia, um reviver aprendido.
Gostar do filho é perceber-se nada ante seu olhar implacável e sentir-se tudo ante sua dependência. E babar retratinhos, depois de tê-los desdenhado nos outros. É voltar a parques e circos sem precisar de desculpas, e fingindo que reclama do "trabalhão que eles dão". Gostar do filho é reencontrar medos antigos que ficaram sepultados na personalidade adulta. E aprender a calar pois chegará o momento de dizer (nem sempre é na mesma hora). Gostar do filho é sobretudo saber "não saber". Ou testar o que sabe, com modéstia e humildade.
E incorporar o que não sabe sem inveja. É usar o que sabe com prudência. É reformular a cada dia. É confirmar a cada instante. É tanto conhecer o que muda, como o que não muda, e saber distinguir os dois na hora certa.
Gostar do filho é sentir seu crescimento. Acompanhar seios, barbas, hormônios, fala, baba, cheiros, pêlos, palavras, letras, cadernos calças, espasmos, choros, medos, surfe, pelada, boneca, sexo, piriri, espanto, esbarro, radiografia, namorada, astronomia, mesada, mulher, homem, tudo acompanhar no mais altruísta dos egoísmos.
Gostar do filho é permitir-lhe o vôo, no máximo ensinando-o a distinguir ninho de arapuca. É amar a liberdade, mas ter medo da dele, permitindo-a. Gostar do filho é desaprender a dormir para poder dormir em paz. É aprender a renunciar e a agüentar. É redescobrir agasalhos, natais, escadas rolantes, selos, caixas de fósforo, botão, prancha ou vestidinho. É conviver, roçar a pele, ficar todo mole quando ganha um .abraço espontâneo depois de ter rejeitado tantos outros lá fora. E ser cego e clarividente. Profeta e embotado. Sábio e burraldo. Valente e covarde. Bobão e frio. Inseguro e protetor.
Guru e guri. E mudar a cada dia. Fundo, e contemplar os próprios limites com mais tolerância porque alguém salvará a espécie. É virar lobo, tigre, jumento ou colibri, palhaço, mago ou Kung-Fu, Gordo e Magro ou Flash Gordon.
Mas gostar do filho é sobretudo saber esperar. Não ter a pressa de aceitações, entendimentos e devoluções à vista. E saber conquistar pelo menos uma lembrança compreensiva, não importa quando venha, no fim dos tempos ou depois de amanhã.
Saber esperar as quatro estações cuidando as podas, regas, adubos, como quem cumpre um ritual, se possível cantando as canções da colheita, as que trazem a messe e a esperança do fruto. Que virá. Carregado de sementes.

"EMA, EMA, EMA, CADA UM COM SEUS POBREMA..."



Problema é uma coisa que todo mundo tem, ninguém escapa. Feliz ou infelizmente, só nós mesmos temos a capacidade de resolvê-los e isso demanda tempo e energia. Resolver as coisas requer humildade, inteligência e atitude. Humildade para reconhecer os erros, inteligência para encontrar o melhor caminho e atitude porque não adianta queimar os miolos e traçar estratégias, se não as colocarmos em prática. 

Se todo mundo tem problema pra resolver, então não falta assunto pra pensar e ocupar a própria vida. Mas mesmo assim, há quem decida focar a atenção na vida alheia, por ser uma forma de se distrair e desviar do que é seu e precisa ser resolvido. E tem gente que além de fazer isso, ainda decide implicar conosco. Uma coisa que precisa ficar clara é: esse tipo de atitude não é um problema nosso. Quando dizem que somos assim ou assado, não tendo a menor noção de quem somos e do que estamos passando, está na cara que é pura projeção. Aí cabe bem aquela frase do Bukowsky: "se você tem algum problema comigo, o problema é seu".

Com o passar do tempo, descobrimos a importância de impor limites também em relação à nossa disponibilidade para com os outros. Muitas vezes nos sentimos esgotados por nos dedicar a pessoas que sugam a nossa energia. No fundo, o que a gente quer é receber a atenção delas e acaba se agredindo, indo além do que poderíamos e deveríamos oferecer. O retorno não vem, a gente se cansa e se magoa. Aí sim, o problema é nosso e não adianta depois nos vitimizarmos dizendo que somos tão legais e os outros uns ingratos. A carência e a baixa autoestima fazem com que nos aproximemos de pessoas que não têm nenhum movimento no sentido de se doar. E isso é uma cilada que armamos para nós mesmos, pois insistimos em nos relacionar com elas, mesmo sabendo que daria nisso.

De qualquer forma, é através dos erros que a gente vai tentando acertar: seja por permitimos interferências negativas em nossas vidas, seja na escolha das pessoas que elegemos para conviver ou por tantas outras razões. Caberá sempre a nós zelarmos pelo nosso bem estar e sermos honestos para identificar o que não deu certo. Separar o que é problema nosso e o que é problema do outro ajuda muito na hora de resolver a nossa parte.

Refletir sobre essas questões não significa saber exatamente como lidar com elas. Não existe receita para harmonizar as relações humanas e basta estar vivo para ter problemas. O que dá pra fazer é conversar tentando clarear as ideias. Eu, por aqui, também tenho as minhas dificuldades, nunca fui e nem quis ser exemplo pra ninguém. Escrever é um jeito de pensar no que me atrapalha a vida e assim continuo buscando respostas. Então, só tenho a agradecer a quem gasta seu tempo lendo meus escritos. Eu daqui, vocês daí, "serumaninhos", cada um de um jeito, mas todo mundo tentando resolver os seus "pobrema"...      
   

domingo, 23 de outubro de 2016

AMOR DE VÓ É AMOR EM DOBRO


Carinho, beijos, abraços, dedicação e muito mimo são o que a maioria das avós disponibiliza para os netinhos. O amor de avó é duplamente maternal, ou seja, é um amor em dobro. Este sentimento é difícil de explicar ou descrever e impossível de quantificar. A única coisa na qual sabemos é que as avós são fundamentais e inesquecíveis na vida de qualquer neto.
A recompensa para toda essa dedicação das vovós vem em forma de bilhetinhos, desenhos, presentinhos feitos pelos próprios netos, florezinhas colhidas no jardim, beijos e muitos gestos de afeto. Além disso, tem o reconhecimento dos netos, mesmo depois de estarem crescidos. Quem não se lembra da casa da vovó, dos biscoitinhos e dos bolos? São lembranças que ficarão guardadas para sempre em nossos corações.
E se as lembranças tomam conta da nossa memória, imagina como fica a memória das avós? São inúmeros detalhes que elas lembram, se emocionam e contam como se tudo tivesse acontecido poucos dias atrás. Um bom exemplo é Neuza Guerreiro de Carvalho. Aos 82 anos, já aposentada e com quatro netos já crescidos - André, 28 anos, Bruno e Tiago, de 27 (são gêmeos) e o caçula Victor, de 24 - ela relembra sobre a emoção de ser avó.
"Em todas as três vezes que soube que ia ser avó senti um impacto emocional muito forte", explica. A chegada dos pequenos trouxe uma enorme alegria ao coração de Neuza, mas ela também afirma que em todas às gestações sentiu uma grande preocupação: "Toda gravidez envolve risco e se os hormônios mantêm a mãe longe de preocupações, o mesmo não acontece com a avó", acrescenta.
Neuza afirma que sua vida mudou completamente no momento em que se tornou avó: "Mudaram os objetivos, as obrigações e os envolvimentos afetivos". Ela também diz que não descobriu uma nova forma de amar, mas sim um amor diferente. "O sentimento é inigualável. Foram sentimentos que chegaram de modo gradativo", diz ela.
Segundo a aposentada, com os filhos ela tem relações biológicas e emoções maternais que duram enquanto ela viver, já com os netos, tudo isso é em dose dupla. "O amor de avó é diferente do amor de mãe. Não é maior, nem menor, apenas diferente. Não existe uma medida real desse sentimento", conta ela. 
Neuza relata que durante a infância dos netos sempre foi uma avó dedicada e atenciosa. "De nós (Ayrton e ela), nossos netos tiveram toda a atenção e ocupavam 80% de nosso tempo.Segundo a aposentada, com os filhos ela tem relações biológicas e emoções maternais que duram enquanto ela viver, já com os netos, tudo isso é em dose dupla. "O amor de avó é diferente do amor de mãe. Não é maior, nem menor, apenas diferente. Não existe uma medida real desse sentimento", conta ela.
Nunca fomos avós de visita, mas cuidávamos efetivamente deles com atenção quase total, participando da formação e educação", descreve ela. "Hoje, homens feitos, têm suas vidas próprias e as relações são mais espaçadas, mas quando um deles diz ‘vozinha’ eu me derreto toda", finaliza.
Por Stefane Braga (MBPress)

Conheçam a Vovó Neusa: http://vovoneuza.blogspot.com.br/

sábado, 22 de outubro de 2016

A IMPORTÂNCIA DOS JOGOS COGNITIVOS PARA IDOSOS - JULIANA OHY



Com o envelhecimento populacional, sentimos a necessidade de aprimorar os recursos para que este seja um processo ativo e saudável. 

Em primeiro lugar, devemos escapar das armadilhas que o pensamento de massa promove todos os dias: “Envelhecer é ruim”, “A palavra velho é agressiva”, “A velhice é o fim da vida e por isso não há nada a fazer”, “Ele já é idoso, tadinho”. 

Essas frases, atualmente, soam piegas. É preciso acompanhar o avanço da medicina e da sociedade:

Hoje, a população é formada por 12,5% de idosos no Brasil – segundo o Relatório Mundial de Saúde e Envelhecimento. Até a metade do século, esse número deve alcançar 30%, o que já permite que nos consideremos uma nação envelhecida.

Idosos devem permanecer ativos, funcionais e com autonomia para alcançarem um nível de qualidade de vida satisfatória. 

Os jogos cognitivos podem manter, reabilitar e até desenvolver novas habilidades cerebrais nos idosos. Por isso, esse artigo traz as ferramentas principais para que sejam cada vez mais implementadas técnicas de estimulação e reabilitação cognitiva.

Vamos entender as 5 principais razões para utilizarmos o jogos com os idosos:

Propiciar a socialização

O isolamento e a solidão são muito frequentes na velhice, o que gera, muitas vezes, doenças emocionais como a depressão.  O idoso nem sempre é ‘bem vindo’no ambiente familiar ou social, sendo reprimido ou excluído por apresentar uma velocidade de pensamento mais lentificada ou outra limitação decorrente da idade. Propor jogos aos idosos é garantir que possam interagir em grupo, compartilhar habilidades e dificuldades e construírem um lugar de comunicação e socialização. Muitos jogos só são possíveis se forem realizados em pequenos grupos. Estabelecer e respeitar as regras, planejar estratégias e buscar um resultado em conjunto motiva o idoso a estar naquele ambiente e a conviver com outros iguais. 

Melhorar a qualidade de vida

Segundo a OMS (Organização Mundial de Saúde), qualidade de vida indica o nível das condições básicas e suplementares do ser humano. Estas condições envolvem desde o bem-estar físico, mental, psicológico e emocional, os relacionamentos sociais, como família e amigos, e também a saúde, a educação e outros parâmetros que afetam a vida humana.
Os jogos representam uma atividade lúdica que é capaz de alcançar todas essas condições listadas acima. Nenhum ser humano pode ter qualidade de vida sem que esteja minimamente satisfeito com sua rotina e sua saúde. A ludicidade que o jogo alcança traz embutida em si, o entretenimento e a diversão, que podem diminuir o estresse, a preocupação e proporcionar prazer.

Aumentar a capacidade de solucionar problemas e tomar decisões

Nos jogos de estratégias, ativamos no cérebro uma área que é responsável pelas funções de execução. Essa área é extremamente complexa no que diz respeito ao funcionamento cerebral; é ela que possibilita que nós tenhamos a habilidade em solucionar problemas, armar estratégias, tomar decisões e iniciativas no nosso dia-a-dia, profissionalmente, no ambiente familiar, social e diante de jogos também. Essa área é a principal responsável por nossa autonomia e funcionalidade.
Essas habilidades complexas, com o passar dos anos, na velhice e, principalmente, em doenças neurodegenerativas, como o Alzheimer, vão se deteriorando. Isso porque temos a tendência a perder as habilidades cerebrais mais complexas primeiro quando falamos de envelhecimento cerebral.
Assim, sabendo que ao jogar com estratégias podemos exercitar essa área e mantê-la por mais tempo ativa e funcional, por que não fazê-lo? 

Melhorar a memória e a atenção

A memória e a atenção são aliadas quando falamos em funções cerebrais. Quando uma está falhando, a outra certamente irá apresentar sintomas não muito bons também. Portanto, se o objetivo é melhorar a memória, um jogo em que você deve sustentar sua atenção vai trabalhar indiretamente com a sua memória e vice-e-versa.
Qualquer jogo que estimule essas funções, possibilita que o cérebro esteja constantemente ativo e, a longo prazo, impede que o mesmo não “enferruje”.  

Resgatar o afeto e o vínculo

Um dos maiores ingredientes da saúde mental e emocional dos seres humanos chama-se afeto. Somos movidos por tudo aquilo que nos causa um impacto afetivo, que nos afeta verdadeiramente. Quando nos afetamos com determinada situação ou pessoa, abrimos um elo de vinculação. 
Nosso cérebro, nosso corpo, nossas emoções necessitam de afeto e os jogos podem ser um incrível instrumento para distribuirmos esse ingrediente para os idosos. Quando conseguimos, através de um jogo, permitir que esses idosos sorriam, brinquem, comemorem, interajam, estamos dando a eles a possibildiade de se vincularem e resgatarem a energia vital que existe dentro de cada um.

Os jogos podem ser criados e planejados de acordo com o perfil de cada grupo de idosos. O importante é que seja lúdico, agradável e desafiador, pensando nessa população específica como mais uma etapa de vida e não simplesmente como o fim. 


Juliana Ohy
Psicóloga e Arteterapeuta – CRP:05/36556

Sócia-diretora do Instituto da Mente em Niterói (RJ)
Psicóloga Clínica atuante há 10 anos na área de Gerontologia
Especializações: Arteterapeuta, Psicopedagoga e Psicogeriatra 
Membro da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG)
Membro da Associação de Arteterapia do Rio de Janeiro (AARJ)
Pesquisadora do núcleo de Depressão em idosos da UFRJ - Mestrado
Professora e idealizadora do curso: Arte e Cognição - Estimulando o cérebro através da arte
Coordenadora de grupos de estimulação e reabilitação cognitiva para idosos saudáveis e com demência no Rio de Janeiro e em Niterói
Membro da equipe e professora do curso Neurociências da Educação do CBI of Miami
Palestrante na área de Neurociências, Gerontologia e Arteterapia

Email: julianaohy@gmail.com
Site: www.julianaohy.com.br
Celular/WhatsApp: (21)984881241