quinta-feira, 25 de agosto de 2016

Arte na Terceira Idade


Os efeitos da Arte na terceira idade funcionarão como elementos vitalizadores para o indivíduo idoso.

Nas difíceis passagens da maturidade, o processo de criação artístico é um excelente aliado. O Arteterapeuta poderá atuar com os idosos no período que antecede a saída do mercado formal de trabalho, por exemplo. Esse momento é cercado de ansiedade e medo, gerando insegurança.
Não se trata de levar o idoso a produzir grandes “obras de arte”, mas de despertar o compromisso de cada um com o seu processo expressivo, que é o compromisso em viver, ajudando a superar os medos e inseguranças, pois muito do que se perdeu pode ser revivido com a arte.
Através da liberação do seu potencial expressivo a arte colabora na prevenção e preservação da saúde física e mental, propiciando uma melhor qualidade de vida.
“A arte é uma forma de expressão do ser humano e como tal, uma forma de comunicação e de linguagem simbólica, é um produto da intuição e da observação, do inconsciente e do consciente, da emoção e do conhecimento, do talento e da técnica, da criatividade.”
Margarida M. J. de Carvalho
A Arteterapia poderá ajudar o idoso a criar alternativas para buscar através da arte o auto conhecimento, o fortalecimento da auto estima, através de estratégias e materiais diversos. Este profissional busca estimular a criatividade do idoso, a valorização pessoal, ajudando o indivíduo a expressar seus sentimentos de forma não-verbal, ou seja, através da linguagem artística. Com isso os idosos conseguirão manter ativos os núcleos de vitalidade, comunicação e cooperação.
A criatividade com o passar do tempo vai sendo inibida muitas vezes pelas pessoas  acharem que não têm talento, etc. Essa possibilidade artística que cada um de nós têm, pode ser de qualquer tipo de expressão, como por exemplo: pintura, desenho, teatro, literatura, música ou mesmo nos trabalhos cotidianos.
A criatividade teve início com os desenhos do homem pré-histórico nas paredes das cavernas. O homem com sua curiosidade e criatividade descobriu o fogo, a roda, o barco e muito mais como podemos ver hoje em dia.
Fayga Ostrower escreveu que criar é, basicamente formar. É poder dar uma forma a algo novo.
Todos têm um potencial criativo, só que na maioria das vezes está adormecido, apagado, ou oprimido aguardando ser despertado para a sua energia vital ser retomada.
David Prado afirma que a ativação criativa é excelente meio para despertar e desenvolver a criatividade natural de todo ser humano.
As diversas possibilidades de aprendizagem em grupo favorecem mudanças eficientes e rápidas, como:
  • ampliação da rede de sociabilidade;
  • melhoria da auto-estima;
  • reconhecer  e valorizar sua história de vida;
  • diminuição da timidez;
  • incentivo à cooperação;
  • auxiliar na comunicação;
  • criatividade e espontaneidade;
  • expressar sentimentos e emoções;
  • trabalhar com “a perda”.
Toda dinâmica de grupo deve proporcionar a seus componentes um ambiente agradável e seguro para que todos se sintam à vontade para expor sentimentos e assuntos pessoais.
As dinâmicas devem ter as fases:
  • de preparação ou aquecimento, onde a proposta é feita e o grupo é estimulado a se envolver na tarefa;
  • desenvolvimento da tarefa, realizando atividades ou buscando soluções;
  • fechamento, etapa na qual são apresentadas as conclusões e cada pessoa do grupo pode expor sua opinião ou ponto de vista, bem como uma breve avaliação com os grupo da atividade;
Apesar de serem diversas as técnicas que o Arteterapeuta pode usar com os idosos percebemos que a colagem é bem aceita pelos mesmos e é de pouca complexidade operacional facilitando assim o trabalho.
Devemos ter a preocupação de adequar as técnicas aos comprometimentos clínicos naturais à Terceira Idade, como também, deixá-los bem à vontade no manuseio dos materiais para que não se sintam “obrigados” a utilizar algo que não os agrade. A arte precisa ser um processo que lhes transmita coisas boas, agradáveis e prazerosas.
A velhice não deve significar “envelhecimento” de atitudes e comportamentos, e a Arte desperta nessa faixa etária a vontade de fazer, criar, superar problemas e, sobretudo “viver”…
Podem ser feitas muitas coisas para que o idoso possa ter condições de desfrutar de ótimos momentos. Pode-se proporcionar uma qualidade de vida das mais variadas, onde ele poderá ter alegria e prazer suficiente para se sentir produtivo, ativo, amparado, amado, e mais ainda, se sentir vivo.
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  • Fonte:http://www.projetorodarte.art.br


    Locais de Realização

    1 – CASA DE RAMANA

    • Instituição beneficente mantida por doações.
    • Endereço: Rua Juiz de Fora Nº 15, bairro do Grajaú, R. J – BRASIL
    • Público alvo: idosas
    • Início das atividades: outubro de 2006
    • Está instalada numa casa muito aconchegante e abriga atualmente 12 vovós, sendo que duas não participam das atividades propostas por estarem em fase avançada do Mal de Alzheimer. Das dez idosas, duas estão em cadeira de rodas, e outras duas têm problemas de locomoção, mas andam, embora com dificuldade.Sempre que estamos lá podemos observar a limpeza do espaço onde realizamos as dinâmicas e da casa como um todo. A casa tem um jardim e local para pegarem Sol. Em cada quarto ficam duas idosas, mas cada uma com seu armário.Verificamos também que o lanche é muito saudável, pois como nossas atividades são à tarde, normalmente chegamos na hora que elas estão terminando de lanchar.A Casa de Ramana conta com uma equipe interdisciplinar: Enfermeira, Assistente Social, Psicólogo e Fisioterapeuta. Há também um Médico Geriatra que cuida das “Vovós” (como são chamadas) periodicamente ou sempre que necessitam.Nosso projeto foi muito bem aceito pela casa de Ramana que concordou plenamente que tirássemos fotos para nossos arquivos e relatórios. Nossas atividades acontecem toda semana (quinta-feira das 15:30 às 17:00), havendo um rodízio das voluntárias.

    2 – CENTRO DE SAÚDE ZEFERINO TIBAÚ JUNIOR

    • Endereço: Av. do Exército, nº1 – São Cristóvão R. J – BRASIL
    • Público alvo: idosos.
    • Início das atividades: outubro de 2006 
    • Começamos este trabalho em 2004, antes de termos a idéia do Projeto Rodarte. Tudo começou com um estágio para a Pós em Arteterapia, junto com a colega Áurea Durra, e depois tornou-se também um Projeto Voluntário e passou a ser chamado de PROJETO RODARTE a partir de outubro de 2006, junto com minhas filhas Luciana Machado dos Santos e Ana Lucia Machado dos Santos, e os voluntários que estão conosco e que já passaram pelo projeto.

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