segunda-feira, 19 de setembro de 2016

Conversando sobre Menopausa



Diversos fatores contribuem para que a menopausa represente um período crítico na vida da mulher. Não somente os hormônios são responsáveis pelas principais queixas comportamentais que temos conhecimento: alterações bruscas de humor, queda da libido, irritabilidade ou mesmo a depressão. O aspecto psicossocial é muito relevante e deve ser considerado. Nessa fase as mulheres também podem estar vivenciando a síndrome do ninho vazio (quando os filhos saem de casa), terem dificuldades para lidar com evidências que apontam que não estão mais tão jovens ou até exercerem o papel de cuidador familiar. Um acompanhamento médico é fundamental para administrar o estresse e todos os sintomas causados pela alteração dos hormônios. 

Menopausa é o período fisiológico após a última menstruação espontânea da mulher. Nesse espaço de tempo estão sendo encerrados os ciclos menstruais e ovulatórios. O início da menopausa só pode ser considerado após um ano do último fluxo menstrual, uma vez que, durante esse intervalo, a mulher ainda pode, ocasionalmente, menstruar. Esse tempo de transição que antecede a menopausa é chamado de climatério. Ele representa a passagem da fase reprodutiva da mulher para a não reprodutiva. O organismo deixa de produzir, de forma lenta e gradativa, os hormônios estrogênio e progesterona.

A menopausa é mais um estágio na vida da mulher. Nesse período ocorrem transformações no organismo feminino, que aumentam a possibilidade de aparecimento e agravamento de doenças. Não há uma idade exata para a menopausa: ela varia de mulher para mulher. Em média, ocorre entre os 45 e 55 anos. Pode acontecer antes dessa fase, de forma espontânea ou cirúrgica – a chamada menopausa precoce. A menopausa cirúrgica ocorre após a retirada dos ovários ou do útero. Quando aparece após os 55 anos, é intitulada menopausa tardia.

SINTOMAS

Apesar de não haver uma data pré-estabelecida para o início do climatério (período de transição para a menopausa), algumas mudanças no corpo feminino indicam a chegada da menopausa. A intensidade ou a duração do fluxo menstrual modifica-se, tende a ficar mais espaçada, até parar. Durante o climatério, é comum as mulheres sentirem outros sintomas físicos e comportamentais. Os principais sintomas da menopausa são:

  • Ausência da menstruação;
  • Ressecamento vaginal (secura);
  • Ondas de calor;
  • Suores noturnos;
  • Insônia;
  • Diminuição no desejo sexual;
  • Diminuição da atenção e memória;
  • Perda de massa óssea (osteoporose);
  • Aumento do risco cardiovascular;
  • Alterações na distribuição da gordura corporal;
  • Depressão.


Nessa fase, é ideal que a mulher faça consulta regulares com outros profissionais além do ginecologista habitual, especialmente com o cardiologista e, se necessário, o psicólogo. Devido à redução do metabolismo ocasionado pela idade, pode haver ganho de peso, aumento do nível do colesterol e, consequentemente, da Pressão Arterial. Para evitar esses sintomas, recomenda-se a visita ao cardiologista uma vez por ano, para que assim o profissional possa orientar exercícios físicos adequados. Em casos de baixa autoestima e depressão, o psicólogo é o profissional que dará o suporte necessário para a superação dessa fase repleta de desafios.



EXAMES

Durante o climatério, a consulta com o ginecologista deve continuar regularmente. O ginecologista e psicólogo Jorge José Serapião, professor do Instituto de Ginecologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), explica que a visita ao médico e o exame clínico nessa nova etapa continuam sendo importantes. “De modo geral, as mulheres tendem a diminuir as visitas ao médico, mas o ideal seria que a frequência de uma vez ao ano não fosse alterada.”

Para detectar o início da menopausa, o exame clínico, em certos casos, é mais preciso, assim como o exame manual das mamas em relação à mamografia. É também através dos relatos da mulher ao seu médico que é possível analisar as variações na concentração dos hormônios, como progesterona, estrogênio e FSH. De acordo com os eventuais sintomas, o médico poderá solicitar exames complementares. Caso suspeite de anemia, o especialista poderá solicitar um hemograma. Os exames mais solicitados são a mamografia, a ultrassonografia e o Papanicolau. Para ajudar na detecção precoce de doenças, o ginecologista pode pedir ultrassom transvaginal e exames de sangue.

TRATAMENTOS E CUIDADOS

O método mais eficaz de tratar a menopausa é a terapia de reposição hormonal. Ela traz de volta ao organismo os hormônios estrogênio e progesterona, de modo a amenizar e/ou reverter os sintomas da menopausa, tais como ondas de calor, depressão, ressecamento vaginal, falta de libido, entre outros. O tratamento é realizado por meio de comprimidos, adesivos ou géis que repõem o estrogênio. Os medicamentos mais recomendados são comprimidos para consumo diário, que contêm progesterona e hormônio esteroide feminino para proteger o útero.

Outro método utilizado é o uso da pílula anticoncepcional, no qual a mulher toma por três semanas e faz um intervalo de sete dias. A grande diferença entre a “pílula” e o comprimido de terapia hormonal é a concentração de hormônios, isso porque no tratamento hormonal é usado o estrogênio natural em doses mínimas, apenas o suficiente para que a mulher se sinta bem. Já a pílula possui estrogênio sintético e seu objetivo maior é evitar a gravidez.

O tratamento hormonal pode ser realizado por meio de medicamentos com progesterona e hormônio esteroide, apenas com estrogênio, ou, em alguns casos, com hormônio masculino – a testosterona. Há também os tratamentos não hormonais que procuram amenizar os sintomas sem repor os hormônios em queda. Alguns desses tratamentos usam inibidores de receptação de serotonina, clonidina, cinarizina. Ainda há tratamento sem medicação, como acupuntura, relaxamento, etc.

O tratamento para a menopausa varia de acordo com o perfil de cada paciente. É necessário primeiramente analisar as condições físicas, como a Pressão Arterial, para então escolher o tratamento adequado para cada mulher. Os primeiros resultados da reposição hormonal aparecem, geralmente, após um mês do início do tratamento.




10 métodos caseiros para amenizar as ondas de calor em mulheres:

1. Vinagre de maçã: O vinagre de maçã é muito útil no tratamento de ondas de calor. Vinagre de maçã não filtrada ajuda a regular as toxinas que o corpo está tentando eliminar através da transpiração. Este, por sua vez, reduz a incidência e a intensidade das ondas de calor e suores noturnos.

- Diluir 1-2 colheres de sopa de vinagre de maçã orgânico e não filtrada em um copo de água, suco de vegetais ou suco de frutas. Beba uma vez ou duas vezes por dia até que os sintomas diminuam.

2. Soja: Alimentos de Soja ajudam no equilíbrio dos níveis hormonais e ter alguma atividade estrogênica e, portanto, pode efetivamente tratar ondas de calor. Depois de analisar 19 estudos, os pesquisadores concluíram que o suplemento de isoflavonas de soja também pode ajudar, pelo menos ao longo do tempo.

Tente ter duas porções de alimentos de soja por dia. Isso pode ser dois copos de leite de soja, 200 gramas de tofu, ou meia xícara de edamame.

3. Linhaça: Sendo ricas em fitoestrogênios, especialmente lignanas de linhaça é outro bom remédio caseiro para as ondas de calor. Em um estudo de 2007 por pesquisadores, 29 mulheres com ondas de calor foram convidadas para comer 1,5 onças (40 gramas) de bagaço de linhaça por dia durante seis semanas. No final do estudo, o número médio de ondas de calor caiu pela metade e sua gravidade diminuiu em 57 por cento. Além disso, linhaça ajuda a melhorar o humor, reduzir a dor articular e muscular, reduzir calafrios e diminuir a transpiração. Tente comer 40 gramas de semente de linhaça moída diariamente. Basta adicionar algumas colheres de sopa em sua aveia, iogurte, sopa ou batido todos os dias.

4. Sálvia: Um remédio antigo para ondas de calor é sálvia. De acordo com Ellen Phillips, autor de “Tudo o Que Você Precisa Saber Sobre Menopausa,” chá de sálvia pode ajudar a reduzir os sintomas de ondas de calor, em grande medida. Sálvia contém flavonoides, óleos voláteis e taninos que também promovem a saúde em geral. 

- Adicione uma colher de sopa de folhas de sálvia fresca (ou uma colher de chá de sálvia secas) para uma xícara de água fervente. Deixe em infusão por cinco minutos. Adicione um pouco de limão e mel para o gosto. Beba este chá duas ou três vezes por dia.

5. Trevo Vermelho: De acordo com a Universidade de Maryland Medical Center, trevo vermelho é um remédio herbal eficaz para as ondas de calor, bem como suores noturnos associados à menopausa. Esta erva contém isoflavonas de plantas que têm propriedades similares ao estrogênio que ajudam a aliviar as ondas de calor. O Trevo Vermelho pode influenciar outros medicamentos, consulte seu médico.

- Adicionar uma ou duas colheres de chá de trevo vermelho seco para uma xícara de água fervente. Misturar durante 30 minutos. Beber até três xícaras desse chá de ervas por dia.

6. A vitamina E: Tem estrogênio e pode efetivamente eliminar ou reduzir a gravidade das ondas de calor em mulheres na menopausa. Ele também substitui os eletrólitos necessários que o corpo perde através da transpiração. Em um estudo, 54 pacientes receberam 400 UI de vitamina E cápsulas de gel macio diariamente por várias semanas. No final do estudo, houve uma redução na gravidade das ondas de calor entre as pacientes.

Uma dose diária de 400 UI de vitamina E cápsula é recomendada para reduzir as ondas de calor. Tome uma cápsula de 200 UI duas vezes por dia com as refeições. Também incluir verduras, frutas tropicais e nozes em sua dieta como elas são excelentes fontes de vitamina E.

Nota: A vitamina E pode levar de três a seis semanas antes de você notar a diferença.

7. Vitaminas B: Vitaminas B, tais como B5, B2, B12, B6 e B3, pode ajudar a tratar e reduzir a gravidade de ondas de calor. Eles ajudam a regular hormônios como o estrogênio e progesterona. Além disso, vitaminas B mantem as membranas mucosas da vagina saudável, reduz a depressão, alivia a ansiedade e perda de apetite correta.

- Coma alimentos ricos em vitamina B5 como peixes, pães integrais, cereais integrais, legumes, abacate, nozes, ovos e bananas.
- Coma alimentos contendo vitamina B2, como leite e ovos.
- Coma alimentos de vitamina B12 como produtos de soja, ovos, leite e peixe.
- Coma alimentos de vitamina B6 como sementes de girassol, de peru, frutas secas e bananas.
- Coma alimentos de vitamina B3, como folhas verdes legumes, nozes, feijões e ervilhas.

8. Yoga: Exercícios de Yoga que envolvem posturas físicas (asanas), respiração (pranayama) e de relaxamento profundo (savasana) pode ajudar a reduzir as ondas de calor em mulheres na perimenopausa ou recém-pós-menopáusicas.Ela também pode ajudar os sintomas de combate, como alterações de humor, ansiedade, depressão e distúrbios do sono.

Faça 90 minutos de aula de yoga restaurativa semanalmente por pelo menos oito semanas para reduzir o número de ondas de calor e sua gravidade, em grande medida. Tente realizar as poses de ioga e posturas corretamente. Também dar importância a técnicas de respiração adequada.

9. Acupuntura: A antiga arte de cura da acupuntura também pode melhorar as ondas de calor. Um estudo feito em 267 mulheres publicado na revista Menopause descobriu  que as mulheres que fizeram 10 tratamentos de acupuntura durante 12 semanas tinham muito menos ondas de calor. Essas mulheres também dormiram melhor e tinham menos dor. No lado negativo, os resultados de acompanhamento em seis e 12 meses mostrou que a terapia pode não ter efeitos a longo prazo. Quando agulhas finas são repicadas em pontos nervosos específicos do corpo, ajuda a liberação de hormônios como o cortisol, endorfinas e serotonina. Esta, por sua vez ajuda a reduzir a frequência e a gravidade das ondas de calor. Obter o tratamento de acupuntura realizado por um médico experiente duas vezes por semana durante 10 semanas para notar melhoria na sua condição.



10. Exercício: O exercício não pode ajudar a reduzir as ondas de calor, mas certamente vai ajudá-lo a se sentir melhor. Fazer pelo menos 30 minutos de atividade aeróbica (caminhar, dançar, natação, ciclismo), cinco dias por semana. Também fazer 15 a 20 minutos de treinamento de força duas a três vezes por semana. Outros exercícios recomendados são respiração profunda, alongamento e exercícios do assoalho pélvico.




Fontes: FREEMAN, Ellen W.; SAMMEL, Mary D.; LIN, Hui. Temporal associations of hot flashes and depression in the transition to menopause. Menopause (New York, NY), v. 16, n. 4, p. 728, 2009.

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