sexta-feira, 7 de outubro de 2016

Cuide-se – por Pedro Tornaghi




Quando a grande maioria das pessoas pensa em cuidar-se, pensa primeiramente na saúde física, o que é sem dúvida importante, mas, cuidar-se é também cuidar do próprio crescimento e da capacidade de entendimento do mundo. Cada vez mais, torna-se normal ver pessoas orientadas para o “sucesso”, e esquecendo de se  questionar  se estão felizes, realizadas, ou ao menos, se estão estabelecendo uma relação satisfatória com o mundo. A consciência crítica está em baixa e o autoconhecimento tem sido relegado a segundo plano, como uma coisa menos imediata entre tantas urgências. No entanto, nada mais urgente do que ele.

Governos investem bilhões em tecnologia e zero em consciência. E nós, infelizmente, não fazemos muito diferente. Talvez, a saída para os males que afligem e ameaçam o homem não esteja na tecnologia ou no sucesso, e sim na consciência. É preciso investir sem ressalvas ou restrições nela.

“Investir em consciência
começa pela investigação e desenvolvimento
da própria percepção.”

O entendimento da percepção começa pela compreensão do quanto ela é física, mental ou emocional, pelo entendimento dos cinco sentidos e de como elaboramos as informações que recebemos por eles. Os mesmos sentidos podem servir para enganar ou para elucidar. Podem enganar como no caso da pessoa que está no deserto e, ao ver as ondulações no ar, transforma-as numa miragem de “água à vista”, ou podem elucidar quando a calma é suficiente para que a mesma pessoa não se entregue à primeira interpretação do que os sentidos percebem, mas espera a poeira se assentar e a imagem se formar por completo dentro dela.

Quando você está desorganizado internamente, seu centro de discernimento se ocupa em processar imagens em funções trocadas e você perde o discernimento. Na verdade, os sentidos nunca nos enganam, nós e que nos queremos nos enganar e transformamos a imagem que vem deles.

As imaginações e memórias que guardamos dentro de nós, voltam à tona sempre em forma de imagem, som, cheiro, gosto ou experiência tátil. O inconsciente sempre se serve da linguagem de algum dos sentidos para vir à tona. Quando conseguimos recuperar a informação com todos os sentidos por igual, ela vem muito mais completa e fidedigna. Mas, por temermos a informação direta, rotulamos aquilo que os sentidos nos dizem.

Rotular é conseguir uma estabilidade inútil. Quando você amplia o seu processo de percepção, desestabiliza os rótulos dentro de você, e volta a lidar com a vida de forma mais criativa, presente e pulsante. Você recupera o pulsar do seu organismo e, com isso, além da sua percepção, todas as suas funções vitais se vêm melhoradas.



Perceber é uma arte, e como tal, é algo que pode ser aprendido e aprimorado. Sempre é possível mudar programas perceptivos e lidar com o mundo de maneira mais satisfatória, autônoma e inteligente.

Pedro Tornaghi pesquisa desde os anos 70 a relação entre as culturas oriental e ocidental. Astrólogo e professor de meditação, se especializou nas inter-relações entre neurobiologia, psicoterapia e meditação oriental.

Na década de 90, passou em média 3 meses por ano em pesquisas na Índia e desenvolveu o seu próprio método de trabalho, criando para isso técnicas originais de meditação, apresentadas em cursos, congressos, workshops e centros de meditação.

http://pedrotornaghi.com.br/blogger/

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