Por sermos seres sociais, ninguém na verdade, foi feito para ficar sozinho. Tudo o que aprendemos na vida, desde a infância, ocorre intermediado pelo ambiente social. É interagindo com as pessoas que adquirimos todas as habilidades, construímos nossas identidades e conquistamos os espaços na sociedade.
O olhar do outro é um dos fatores determinantes na formação da personalidade. O que sabemos sobre nós, a autoimagem e a autoestima partem do espelho refletido naqueles com quem convivemos e o aprendizado ocorre, principalmente, através da imitação.
Na vida desempenhamos diversos papéis. Em cada grupo que participamos exercemos funções diferentes, assumimos diversas posturas e desenvolvemos várias faces da nossa personalidade. Na família, no trabalho, com os amigos, na vida espiritual, em todas as atividades do dia a dia. Dessa forma, surgem os referenciais que norteiam a percepção de quem somos e a que viemos.
Na maturidade é comum e saudável que entremos em conflito com a identidade de jovem que construímos com o passar dos anos. Isso ocorre quando percebemos não mais nos encaixar no papel do jovem e passamos a não apreciar situações, gostos e comportamentos que tínhamos na fase da juventude. Ocorrem transformações no nosso jeito de ser, perceber e interpretar o mundo, os valores e as prioridades mudam, assim como a forma de levar a vida e o surgimento de novos prazeres.
O período da velhice não costuma ser fácil para ninguém, contudo é uma fase de muita riqueza, convidando à revisão de diversos paradigmas, que poderá impulsionar um modo de vida diferente e não menos interessante. Lamentar a perda da juventude é o mesmo que contestar os fenômenos da natureza. A velhice pode sim, ser muito bem vivida e aproveitada, sendo que está repleta de potenciais a serem descobertos e explorados. Vale ressaltar que diversos estudos concluíram que a manutenção e o estabelecimento de novos vínculos sociais e afetivos refletem uma melhor qualidade e vida na velhice, além do que, a solidão e a inatividade desencadeiam e contribuem para a evolução de diversos quadros demenciais.
Da mesma forma que o corpo precisa estar ativo para a preservação de suas funções, a mente também necessita exercitar-se e, por que não reconhecer que o contato social e uma boa conversa são excelentes estímulos cognitivos? Um bom papo estimula a memória de tudo aquilo que foi vivenciado ( e o melhor, aciona o emocional que é o componente mais forte da memória), o raciocínio e a compreensão, pois exige a inversão dos papéis e exercita a empatia. O convívio social estimula a descoberta de novos interesses e promove a partilha de diversas formas de saberes. É conversando que a gente se entende. Com os demais e com nós mesmos.
As fotos fazem parte de um projeto que desenvolvo no Condomínio RK, onde moro em Brasília. Uma iniciativa simples, econômica e funcional que melhorou muito a qualidade de vida dos idosos que aqui residem. Maiores informações sobre o projeto e sobre como desenvolvê-lo no seu bairro, entrar em contato através do email marciadegani@yahoo.com.br.
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