Se no começo da vida reunimos amigos, aumentamos a família e
vemos a prosperidade como sinônimo de ganhos, na velhice, uma das coisas mais
desagradáveis e dolorosas é lidar com as perdas. É o melhor amigo que se foi, o
filho que mudou de cidade, a aposentadoria, a beleza que dá lugar às rugas.
Sem dúvida, lidar com isso exige maturidade e preparo
emocional para não causar medos, traumas e depressão, mas não adianta
encará-las como algo negativo, elas são naturais na vida de qualquer pessoa e
devem ser vistas como tal. Não dá para achar que a vida se resume em
perdas. Elas doem, a saudade bate na porta, mas a vida é assim e não há nada
que se possa fazer para mudar isso. O melhor é encarar e seguir em frente
pensando não no que se perdeu, mas no que ainda é possível ganhar.
Uma balança com saldo
positivo
Uma das melhores alternativas para melhorar a qualidade de
vida dos idosos, segundo especialistas, é mudar a concepção negativa de velhice
e fazer uma avaliação dos aspectos negativos e positivos até ali. É só
comparar para ver qual lado da balança pesa mais. Não tem como dar saldo
negativo. Por pior que tenha sido sua vida, você pode aprender com ela,
conheceu pessoas, amou, riu, chorou, isso é viver e a sabedoria dos mais velhos
ajuda a compreender a vida desta maneira, basta tentar.
De bem com a vida
Se o assunto é qualidade de vida na terceira idade, a dica é
relaxar e curtir o momento: a melhor maneira de afastar os pensamentos ruins é
ocupar a cabeça e o tempo com atividades prazerosas, assim, mente e corpo
entram em harmonia sem sofrimentos e frustrações.
Quer curtir a terceira idade longe da solidão? Preste
atenção nas dicas de especialistas:
Sorria para a vida
Nada melhor do que o humor para combater os percalços que
aparecem. O bom humor pode manter as pessoas saudáveis e aumentar as chances de
uma vida longa, segundo estudo recente da Universidade Norueguesa de Ciência e
Tecnologia, que avaliou mais de 53 mil pessoas durante sete anos. Os
pesquisadores descobriram, por meio de alguns testes, que os participantes que
eram mais bem humorados tinham o risco de morte reduzido em até duas vezes.
Para melhorar a sua atitude positiva, aposte em uma breve
caminhada em áreas verdes, como parques e jardins. A dica vem direto da
Universidade de Essex, no Reino Unido, que descobriu que praticar atividades ao
ar livre, por mais curtas que sejam (10 minutos bastam!), melhoram
significativamente a saúde mental, trazendo benefícios para o humor e para a
autoestima.
Cultive bons amigos
Conseguimos sentir de longe os benefícios que a convivência
com pessoas queridas nos traz. Mas, ter uma boa rede de amigos pode ser mais
importante do que você imagina. Uma pesquisa recente da Universidade Brigham
Young, nos EUA, descobriu que quem vive rodeado de amigos e vizinhos pode viver
até 50% mais do que alguém que vive só. Para os pesquisadores, perder o apoio
social pode diminuir ainda mais as chances de sobrevivência do que obesidade,
fumo ou sedentarismo.
Pratique exercícios
físicos. Eles trazem saúde, bem-estar e favorecem o contato social.
Os benefícios da atividade física para a saúde do organismo
somam uma lista extensa. Dizer não ao sedentarismo significa afastar de perto
doenças como a obesidade, hipertensão, doenças cardiovasculares, diabetes,
hipertensão, além de dar mais disposição e energia. Para colher todos esses
benefícios, basta andar. Uma pesquisa da Faculdade de Medicina de Ribeirão
Preto (FMRP), da USP, comprovou que a caminhada reduz a pressão arterial na
primeira hora e, o que é melhor ainda, essa queda se mantém nas 24 horas
subsequentes. O cérebro também fica mais afiado. Um estudo norte-americano
recente, publicado na revista Neuroscience, mostrou que durante os exercícios o
corpo produz uma substância que estimula o nascimento de novos neurônios, o que
melhora nossas atividades cognitivas, em especial a memória.
Durma bem
Repor as energias do dia com uma boa noite de sono é mais do
que importante, é essencial! Um estudo da American Academy of Sleep comprovou
que dormir bem é um dos segredos para a longevidade. Dos 2.800 participantes da
pesquisa, os 46% que relataram insatisfação com a saúde tinham também má
qualidade de sono. Uma outra pesquisa da Associated Professional Sleep
Societies afirma que quem sofre de insônia crônica corre três vezes mais risco
de morrer em comparação à pessoas que não sofrem com o problema. Para os
pesquisadores, o ideal são pelo menos 7 horas e meia de sono por dia.
Comer melhor
O cuidado com o que vai no seu prato é um dos pontos
centrais para alcançar uma maior qualidade de vida. O abuso de alimentos ricos
em gorduras saturadas, sódio e açúcares é um gatilho para doenças como infarto,
derrames, hipertensão, obesidade, diabetes e até câncer. Em contrapartida, é
fácil incluir no cardápio alimentos heróis da resistência e da longevidade.
Cientistas da Universidade Park, nos Estados Unidos, concluíram que consumir
mais oleaginosas (nozes, castanhas, avelãs, amêndoas e pistache) reduz o risco
de males cardíacos entre 25% e 39%, quando consumidos cinco vezes por semana.
Elas são ricas em gorduras boas, em especial o ômega 3, que diminuem as taxas
de colesterol ruim e evitam a formação de placas de gordura que obstruem as
artérias. O Centro de Pesquisas Médicas de Cardiff, no País de Gales, comprovou
que vítimas de ataques cardíacos aumentaram as chances de evitar novos
problemas em 29%, quando passaram a comer peixe pelo menos duas vezes por
semana, graças a presença do ômega 3.
Respire bem
Separar uns minutinhos para prestar atenção na respiração
pode ser a receita ideal para combater os desgastes mentais e físicos e, até a
insônia, aumentando assim a sensação de bem-estar. Um estudo da universidade de
Johns Hopkins, nos Estados Unidos, mostrou que pessoas que apresentam sérias
dificuldades para respirar durante o sono têm 50% a mais de chances de morrer
antes que alguém da mesma idade que não sofre das mesmas condições.
Apague o cigarro
Por falar em respiração, não é só da sua que você precisa
cuidar não. Já parou para pensar que seu cigarro causa não apenas males terríveis ao seu
organismo, mas também ao das pessoas ao seu redor? Um estudo da University College
London, do Reino Unido, descobriu que a exposição à fumaça do cigarro dos
outros pode aumentar em 50% os riscos de sofrimento psicológico. E outro estudo
vindo do Canadá trouxe também que o fumo passivo está por trás do aumento de
40% dos casos de sinusite crônica. Portanto, o fumo passivo pode ser pior que a
poluição. Mas, os fumantes precisam prestar atenção aos males do cigarro para o
próprio organismo. Estima-se que cerca de 200 mil mortes por ano, no Brasil,
são decorrentes do tabagismo, responsável pelos riscos aumentados de câncer de
pulmão, de boca e doenças cardiovasculares.
Não deixe de fazer as coisas que você sempre fez: ocupe-se
A aposentadoria pode fazer com que as pessoas se despeçam de papéis sociais que fizeram parte de suas identidades por muitos anos. Este momento é muito rico para se reinventar, descobrir novas aptidões e não deixar de lado o que sempre fez. Ocupar-se é estimular a mente e o corpo. O sentimento de incapacidade surge quando abrimos mão de realizar as coisas, nos acostumamos com isso e quando voltamos a fazê-las percebemos que já não saem mais como antes. Isso vale para tudo: atividade física, artesanato, culinária, cantar ou tocar algum instrumento, frequentar algum grupo, visitar os amigos e parentes ou manter alguma ocupação profissional. O importante é sempre estar se mexendo.
Aprenda a gostar de
você
Trabalhe o seu autoconhecimento e sua autoestima para viver
melhor. O conceito que temos sobre nós mesmos é definidor de como nos
colocamos e nos portamos na vida, define o valor que vamos dar a nossa pessoa,
ao nosso trabalho, as nossas opiniões, as nossas vontades, e aos cuidados para
o nosso corpo e nossa saúde. E isso faz toda a diferença. Por isso é essencial
ter um bom referencial de si mesmo, saber reconhecer seus valores, suas
qualidades, e não ficar só se criticando, se cobrando, focado apenas nas suas
limitações e dificuldades", explica o terapeuta Vicente Godinho.
Fontes: University College London, Johns Hopkins, American Academy of Sleep, Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP), Universidade Norueguesa de Ciência e Tecnologia.
Geração e revisão: Marcia Degani
Pesquisa e geração de conteúdo: Daniel Souza
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