segunda-feira, 9 de setembro de 2019

E por falar em amor



Hoje eu resolvi falar sobre o amor. Porque têm dias que a gente precisa dar um berro e nem o berro resolve. E porque a angústia é uma energia que precisa ser transmutada e liberada de alguma forma. Falar sobre energia  pode ser um bom começo para falar sobre o amor. Vamos ver o que "São Google" diz. 

Eis o que encontrei no site //www.significados.com.br/energia/:
"Energia é a capacidade de algo de realizar trabalho, ou seja, gerar força num determinado corpo, substância ou sistema físico. Etimologicamente, este termo deriva do grego "ergos", cujo significado original é literalmente “trabalho”. Na Física, a energia está associada à capacidade de qualquer corpo de produzir trabalho, ação ou movimento. O conceito de energia é utilizado no sentido figurado para designar o vigor, a firmeza e a força".

Energia, então, parece ser algo em estado potencial (ou dinâmico) que determina um certo tipo de resultado através de um trabalho específico. A energia térmica produz calor, a energia elétrica pode ser produzida através de uma usina hidrelétrica (força da água) ou de fontes renováveis (energia solar ou eólica - força do vento). A eletricidade liga esse notebook, carrega a bateria do meu celular e mantém minha geladeira funcionando, ao passo que a banana é rica em potássio, triptofano e me fornece os nutrientes que farão com que o meu organismo funcione. Cada fonte de energia cabe à uma função. Não tenho como me reabastecer me ligando numa tomada. 


Acho que ter nascido em uma família musical e ter começado a estudar música aos 9 anos de idade me facilitou entender o mundo como um complexo energético. Sempre foi muito fácil pra mim compreender que cada nota musical corresponde a uma frequência, que as frequências são ondas sonoras, que na natureza não tem "tom puro" porque quando um corpo vibra, os outros vibram também e o que resulta disso se chama "harmônico". A partir da música, fui percebendo que tudo é energia: o alimento, a água, o vento, o sol, os sons, as cores, o movimento do corpo, eu e você. E percebi também que os pensamentos e os sentimentos são altamente energéticos, pois eles também geram movimentos. Vai ser por aí que eu vou entrar no assunto do amor: palavrinha linda e desgastada, que tanta gente usa de forma irresponsável, manipuladora, pra não dizer leviana.

      
Não sei o que é o amor na sua totalidade, acho difícil que alguém saiba. Cristo definiu DEUS como "amor", então não deve ser coisa pequena. Não sei atribuir um significado para a palavra amor, mas acho que nestes 47 anos de vida aprendi a distinguir muita coisa que não é amor. Pensando em amor como forma de energia, imagino que seja uma força que só pode gerar coisa boa. Ah, mas aí vem a questão do bem e do mal, o que é bom e o que é ruim? O que é bom pra mim pode não ser bom pra você ou, como é que eu vou saber o que é o melhor pra mim? Tenho certeza absoluta que muita gente infinitamente mais inteligente que eu já queimou muito neurônio pensando nisso.
Meu raciocínio é básico e, para crer que o que estou escrevendo possa fazer sentido, lembro que o Reino de Deus pertence aos pobres de espírito e que Jesus foi um cara objetivo. O que penso sobre o amor é que nunca vi nascer mamão papaya de um pé de jatobá, pequi ou guariroba. Penso que o produto carrega a energia que o produziu. Entendo que quando alguém tem amor dentro de si, as suas atitudes, os frutos dessa árvore, não são indigestos pra ninguém. Que o amor "afina" com aquilo que é bom, belo e justo. Que o movimento dele é expansivo, tal qual o Universo. E que "desafina" com o movimento oposto, centrípeto, egoísta, egóico e umbiguista. É contraproducente e sofrido demais se colocar no centro do mundo, porque o mundo se organiza no coletivo e não no individual, logo a natureza preserva aquilo que favorece ao coletivo. O planeta é de quem habita nele: eu, você e as abelhas, considerando que se eu e você morrermos, não haverá impacto algum no ecossistema. Se toda a humanidade morrer, o mundo também continuará girando tal e qual, mas se todas as abelhas morrerem, mais de 120 mil tipos de plantas serão extintas, um verdadeiro desastre para o planeta. 

Termino por aqui, pensando que o amor "gira pra fora" enquanto o egocentrismo "gira pra dentro". E que a entropia leva à desordem e ao caos (na física, entropia é a medida não disponível para a realização do trabalho). Agora, antes de pensar naquilo que me falta, prefiro refletir sobre que "oitava" (ou campo energético) estou vibrando e o que estou atraindo. Talvez seja mais prático. Talvez o caminho seja mesmo de dentro pra fora. Até porque a expansão só ocorre se for do micro para o macro... 

Este texto foi escrito por uma pisciana... que está tentando "amar direito", "amar melhor" ou até mesmo "aprender a amar"... Que acredita no potencial energético daquilo que planta, sente dificuldade em colocar um ponto final nos seus textos e vai deixando reticências pelo caminho...

segunda-feira, 11 de junho de 2018

EU ENVELHECI


Um dia desses uma jovem me perguntou como eu me sentia sobre ser velha. Levei um susto, porque eu não me vejo como uma velha. Ao notar minha reação, a garota ficou embaraçada, mas eu expliquei que era uma pergunta interessante, que pensaria a respeito e depois voltaria a falar com ela. Pensei e concluí: a velhice é um presente. Eu sou agora, provavelmente pela primeira vez na vida, a pessoa que sempre quis ser.
Oh, não meu corpo! Fico incrédula muitas vezes ao me examinar, ver as rugas, a flacidez da pele, os pneus rodeando o meu abdome, através das grossas lentes dos meus óculos, o traseiro rotundo e os seios já caídos. E constantemente examino essa pessoa velha que vive em meu espelho (e que se parece demais com minha mãe), mas não sofro muito com isso.
Não trocaria meus amigos surpreendentes, minha vida maravilhosa, e o carinho de minha família por menos cabelo branco , uma barriga mais lisa ou um bumbum mais durinho.
Enquanto fui envelhecendo, tornei-me mais condescendente comigo mesma, menos crítica das minhas atitudes. Tornei-me amiga de mim mesma. Não fico me censurando se quero comer um bolinho-de-chuva a mais, ou se tenho preguiça de arrumar minha cama, ou se compro um anãozinho de cimento que não necessito, mas que ficou tão lindo no meu jardim. Conquistei o direito de matar minhas vontades, de ser bagunceira, de ser extravagante.
Vi muitos amigos queridos deixarem este mundo cedo demais, antes de compreenderem a grande liberdade que vem com o envelhecimento. Quem vai me censurar se resolvo ficar lendo ou jogar paciência no computador até às 4 da manhã e depois só acordar ao meio-dia?
Dançarei ao som daqueles sucessos maravilhosos das décadas de 50, 60, 70 e se, de repente, chorar lembrando de alguma paixão daquela época, posso chorar mesmo!
Andarei pela praia em um maiô excessivamente esticado sobre um corpo decadente, e mergulharei nas ondas e darei pulinhos se quiser, apesar dos olhares penalizados dos outros. Eles, também, se conseguirem, envelhecerão.

Sei que ando esquecendo muita coisa, o que é bom para se poder perdoar. Mas, pensando bem, há muitos fatos na vida que merecem ser esquecidos. E das coisas importantes, eu me recordo freqüentemente. Certo, ao longo dos anos meu coração sofreu muito.
Como não sofrer se você perde um grande amor, ou quando uma criança sofre, ou quando um animal de estimação é atropelado por um carro? Mas corações partidos são os que nos dão a força, a compreensão e nos ensinam a compaixão. Um coração que nunca sofreu é imaculado e estéril e nunca conhecerá a alegria de ser forte, apesar de imperfeito.
Sou abençoada por ter vivido o suficiente para ver meu cabelo embranquecer e ainda querer tingi-los a meu bel prazer, e por ter os risos da juventude e da maturidade gravados para sempre em sulcos profundos em meu rosto. Muitos nunca riram, muitos morreram antes que seus cabelos pudessem ficar prateados.
Conforme envelhecemos, fica mais fácil ser positivo. E ligar menos para o que os outros pensam. Eu não me questiono mais. Conquistei o direito de estar errada e não ter que dar explicações. Assim, respondendo à pergunta daquela jovem graciosa, posso afirmar: “Eu gosto de ser velha”. Libertei-me! (Texto de autora desconhecida)

Fonte:http://www.50emais.com.br/eu-envelheci/

quarta-feira, 30 de maio de 2018

MOCHILEIRAS DEPOIS DOS 60: AS MULHERES QUE NA TERCEIRA IDADE FORAM CONHECER O MUNDO



A rotina de Iracema Genecco, de 67 anos, foi cansativa durante a juventude. Ela costumava acumular dois ou três empregos no jornalismo para criar a filha única e ainda fazia horas extras, para aumentar a renda. Logo que conseguiu se aposentar, aos 60 anos, viajou para diversas regiões da Europa. Encantada com a chance de conhecer novos lugares, tornou-se mochileira.
A história de Iracema assemelha-se à de Vera Lúcia Andrade, de 69 anos, e Flora Contin, de 65. Elas passaram a juventude revezando entre os cuidados com a família e o trabalho. Depois de conquistarem a aposentadoria, decidiram fazer mochilões - viagens de baixo custo e com pouco ou nenhum luxo.
Nas bagagens - carregadas em mochilas ou malas -, cada uma delas levava roupas, itens de higiene pessoal e o sonho de viagens que haviam adiado por tantas décadas.
"Entre as boas experiências que guardo das viagens, a maior de todas é a descoberta de que devemos viver o momento presente da melhor forma possível, pois não conhecemos o futuro e o passado nunca será recuperado", diz Iracema, que fez seu primeiro mochilão em 2011.
Iracema, Vera e Flora estão em uma faixa etária cada vez mais numerosa no Brasil. Em 1991, a população brasileira acima dos 60 anos contabilizava 10,7 milhões de pessoas. O número mais do que dobrou 25 anos depois. Conforme a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), os idosos correspondiam a 29,6 milhões de brasileiros em 2016.
E as mulheres são maioria: são 16,6 milhões delas, contra 13 milhões de homens acima de 60 anos.
Uma pesquisa de novembro passado do Ministério do Turismo mostrou que 31,7% dos idosos consultados tinham a intenção de viajar até maio deste ano.
O ministro do Turismo, Vinicius Lummertz, pontua que o aumento da população idosa tem motivado o setor turístico a fazer adequações. "Temos que trabalhar com políticas públicas específicas e sensibilizar os prestadores de serviços turísticos para a necessidade de estarem cada vez mais preparados para atender esse público de acordo com suas especificidades", explica à BBC Brasil.
Para Iracema, muitos idosos temem conhecer novos lugares por acreditarem que seja impossível viajar depois dos 60. "Se a pessoa tem boa saúde, gosta de caminhar bastante e tem forças para levar a mala, o resto é lucro. É importante fazer um check-up antes, com médicos e dentistas, contratar um seguro de viagem pelo período em que permanecer fora e levar medicação necessária. Tomando esses cuidados, fica tudo bem."

Fonte:https://g1.globo.com/mundo/noticia/mochileiras-depois-dos-60-as-mulheres-que-na-terceira-idade-foram-conhecer-o-mundo.ghtml

segunda-feira, 1 de janeiro de 2018

A IMPORTÂNCIA DA SOCIALIZAÇÃO NA VELHICE



Por sermos seres sociais, ninguém na verdade, foi feito para ficar sozinho. Tudo o que aprendemos na vida, desde a infância, ocorre intermediado pelo ambiente social. É interagindo com as pessoas que adquirimos todas as habilidades, construímos nossas identidades e conquistamos os espaços na sociedade.

O olhar do outro é um dos fatores determinantes na formação da personalidade. O que sabemos sobre nós, a autoimagem e a autoestima partem do espelho refletido naqueles com quem convivemos e o aprendizado ocorre, principalmente, através da imitação. 

Na vida desempenhamos diversos papéis. Em cada grupo que participamos exercemos funções diferentes, assumimos diversas posturas e desenvolvemos várias faces da nossa personalidade. Na família, no trabalho, com os amigos, na vida espiritual, em todas as atividades do dia a dia. Dessa forma, surgem os referenciais que norteiam a percepção de quem somos e a que viemos.

Na maturidade é comum e saudável que entremos em conflito com a identidade de jovem que construímos com o passar dos anos. Isso ocorre quando percebemos não mais nos encaixar no papel do jovem e passamos a não apreciar situações, gostos e comportamentos que tínhamos na fase da juventude. Ocorrem transformações no nosso jeito de ser, perceber e interpretar o mundo, os valores e as prioridades mudam, assim como a forma de levar a vida e o surgimento de novos prazeres. 

Após a aposentadoria essas mudanças se evidenciam, grande parte por conta do afastamento do ambiente de trabalho, além de surgir na maioria das pessoas o sentimento de improdutividade, que vai se intensificando com o avançar da idade. Muita gente chega a sentir um vazio existencial que evolui para quadros de depressão, por achar que a vida não promete mais nada de novo, uma vez que se cumpriu a missão de formar os filhos e  realizou-se o percurso profissional almejado. 

O período da velhice não costuma ser fácil para ninguém, contudo é uma fase de muita riqueza, convidando à revisão de diversos paradigmas, que poderá impulsionar um modo de vida diferente e não menos interessante. Lamentar a perda da juventude é o mesmo que contestar os fenômenos da natureza. A velhice pode sim, ser muito bem vivida e aproveitada, sendo que está repleta de potenciais a serem descobertos e explorados. Vale ressaltar que diversos estudos concluíram que a manutenção e o estabelecimento de novos vínculos sociais e afetivos refletem uma melhor qualidade e vida na velhice, além do que, a solidão e a inatividade desencadeiam e contribuem para a evolução de diversos quadros demenciais.

Da mesma forma que o corpo precisa estar ativo para a preservação de suas funções, a mente também necessita exercitar-se e, por que não reconhecer que o contato social e uma boa conversa são excelentes estímulos cognitivos? Um bom papo estimula a memória de tudo aquilo que foi vivenciado ( e o melhor, aciona o emocional que é o componente mais forte da memória), o raciocínio e a compreensão, pois exige a inversão dos papéis e exercita a empatia. O convívio social estimula a descoberta de novos interesses e promove a partilha de diversas formas de saberes. É conversando que a gente se entende. Com os demais e com nós mesmos.


As fotos fazem parte de um projeto que desenvolvo no Condomínio RK, onde moro em Brasília. Uma iniciativa simples, econômica e funcional que melhorou muito a qualidade de vida dos idosos que aqui residem. Maiores informações sobre o projeto e sobre como desenvolvê-lo no seu bairro, entrar em contato através do email marciadegani@yahoo.com.br

sábado, 10 de junho de 2017

MEDICAÇÃO: O QUE PERGUNTAR AO MÉDICO?


Muitas vezes, por não termos o hábito ou até por nos sentirmos intimidados, nos esquecemos de perguntar ao médico informações sobre os medicamentos que nos são prescritos. É importante lembrar que efeitos colaterais ocorrem, que medicamentos também podem causar danos ao organismo, que medicações dependem de adaptação e que durante os tratamentos medicamentos podem ser readequados ou substituídos. Para que os tratamentos surtam o efeito desejado é importante nos informarmos sobre o que nos está sendo administrado, até para que possamos dar o feedback adequado ao médico. 

No caso de crianças e idosos a atenção deverá ser redobrada, ainda mais por estarem sob nossa responsabilidade e por necessitarem que sejamos seus porta vozes. Algumas questões simples são facilmente elucidadas pelos especialistas e podem fazer muita diferença. O que, então, não devemos nos esquecer de perguntar ao médico em relação aos medicamentos?

- Para que serve este medicamento?

- Como ele atua no organismo?

- Quais são seus efeitos colaterais?

- A que devo estar atento?

- Pode ser tomado juntamente com outros tipos de medicação?

- Qual é o horário e a quantidade? 

- Como devo proceder no caso de atraso ou esquecimento?

- Deve ser tomado exclusivamente com água ou pode ser tomado com outro líquido?

- Quando posso esperar ver melhoras?

- Algum alimento ou bebida deve ser evitado?

- Pode ser esmagado para facilitar a ingestão ou deve ser ingerido inteiro?

- Até quando tomar?

- A receita prevê o tempo de tratamento ou deve-se retornar à consulta?

Quanto mais bem informados estivermos, mais seguros e confiantes estaremos do tratamento, do processo de recuperação e melhor a assistência que poderemos oferecer àqueles que dependem de nós e necessitam do nosso auxílio.


segunda-feira, 29 de maio de 2017

O QUE É CODEPENDÊNCIA, DEPENDÊNCIA EMOCIONAL OU AFETIVA


Codependência, Dependência Emocional ou Dependência Afetiva, é a inabilidade de manter e nutrir relacionamentos saudáveis com os outros e consigo mesmo, resultando em Relacionamentos Difíceis, Desgastados ou Destrutivos. Aqui você saberá quais são os principais sintomas, se você vive este problema e como tratar este transtorno que pode ser grave e gerar sérios prejuízos à saúde e a todas as áreas da vida.

Alguns Sintomas:

  • Cuidados excessivos com o outro - preocupação constante, necessidade compulsiva de ajudar o outro, antecipando as necessidades dele, assumindo responsabilidades por ele e deixando o próprio cuidado de lado;
  • Baixa autoestima – culpa-se por tudo, autoexigência e autocrítica exagerada, sente-se envergonhado e inferior aos outros, contenta-se com muito pouco, com “migalhas de amor”;
  • Repressão das emoções – reprime seus sentimentos e vontades, de tal modo que, com o tempo, perde o contato;
  • Controle compulsivo – necessidade de ter sempre o controle de si mesmo, das situações, do relacionamento, do outro, tentando mudá-lo;
  • Ciúme doentio – enorme insegurança, pensamentos constantes de ruminação pelo medo de ser traído ou de ser abandonado, comportamentos e discussões na tentativa de controlar os comportamentos do outro;
  • Negação – mente para si mesmo, finge que os problemas não existem ou não são graves, não enxerga e enfrenta os problemas que estão acontecendo na relação, pensa que um dia tudo vai melhorar “do nada”;
  • Vive oscilando entre o céu e o inferno - oscila entre gostar e sentir-se magoado e com raiva do outro, ou seja, ora se sente bem na relação e ora se torna vítima e age como o algoz, cobrando posturas de forma pesada e agredindo o outro;
  • Acredita que depende do outro – procura desesperadamente amor e proteção fora de si mesmo, não consegue ficar só, sente-se ameaçado pela perda do outro, sente que necessita do outro pra ser feliz;
  • Comunicação disfuncional – não expressa abertamente seus sentimentos e pensamentos, a comunicação não é honesta e franca; não consegue ter bons diálogos e discutir objetivamente os problemas; iniciativas de diálogo se tornam discussões áridas.
  • Dificuldades sexuais - usa o sexo para conquistar, segurar e ganhar a aprovação do outro; tenta manipular e controlar o outro através do sexo; fazem sexo quando não querem; com pouco ou nenhum prazer, etc.
  • Envolvimento com pessoas complicadas - escolhe parceiros indisponíveis, indecisos, de classe socioeconômica inferior, agressivos, distantes, que sugam e pouco doam, irresponsáveis, mal-caráter, que também apresentam transtornos psicológicos como dependências (de álcool, de outras drogas, de jogos, etc.). Por isto, tem decepção amorosasofre muito por amor, experimentando uma vida amorosa insatisfatória.

  • Origem

    O termo Codependência teve origem nos estudos com a Dependência química e foi atribuído aos familiares, partindo do princípio de que os familiares de dependentes químicos também apresentariam uma dependência, não das drogas, mas Dependência Emocional ou uma preocupação constante e fixa no dependente. Posteriormente, tornou-se claro que não é necessário conviver com um dependente químico para sofrer de Dependência emocional.

    Causas da Codependência

    A maior parte dos codependentes vem de famílias disfuncionais, conflitivas, que demonstraram significativa fragilidade emocional e, por isto, contribuíram para o desenvolvimento e instalação da dependência emocional entre seus membros. Em geral, o codependente viveu pouco amor, amparo, aceitação, segurança, coerência e harmonia familiar. Em muitos casos, houve rigidez de regras e críticas excessivas, abusos, violência psicológica e até física. Portanto, de modo geral, a pessoa desenvolve a Codependência a partir da infância.

    Pesquisas

    Os resultados de uma pesquisa recente realizada no Brasil, pela Unifesp mostram que, em média, 9 pessoas são afetadas pelo impacto de um dependente químico e estima-se que pelo menos 28 milhões de pessoas vivam hoje no Brasil com um dependente químico. A pesquisa aponta também que, além da resistência do dependente químico em aceitar o tratamento (52% dos casos), o comportamento/atitude da família (11%) é a segunda maior dificuldade encontrada no tratamento. Convivendo com sentimentos opressores como tristeza (28%), impotência (26%), dor, angústia, raiva, desespero, culpa, pena, decepção, solidão e medo. Este impacto corresponde aos vividos por familiares de doentes terminais.
    Solicitamos a gentileza de, ao publicar este artigo, citar a fonte:
    Autora: Dra. Elizabeth Zamerul Ally, médica psiquiatra, psicoterapeuta, especialista em Dependência Química e Codependência www.dependenciaecodependencia.com.br
    FONTE: http://www.elizabethzamerul.com.br/codependencia.php

segunda-feira, 15 de maio de 2017

HIGIENE EMOCIONAL É DISCIPLINAR OS NOSSOS SENTIMENTOS


Uma casa limpa e bem arrumada nos ajuda a otimizar todos os nossos afazeres. Se saber onde se encontram nossas coisas, termos tudo à mão, vivermos num local cheiroso, limpinho, nos ajuda a organizar a vida em todos os aspectos, o que dizer da nossa casa interna, que é o terreno onde residem as nossas emoções?

Para mantermos nosso lar em boas condições de habitação não adianta encarregarmos a outras pessoas 100% dessa responsabilidade. Somos nós que deveremos decidir o local de cada objeto e que manteremos tudo no seu devido lugar. Nós que faremos a manutenção da limpeza. A bagunça é insidiosa e se instala com uma incrível facilidade. E a sujeira também. Viver com tudo limpo e em ordem requer empenho e disciplina.

Da mesma forma deveríamos nos preocupar com a profilaxia das nossas emoções. Sem percebermos, acumulamos sujeira emocional e, como narra a velha fábula do garoto que atirou carvão para sujar uma camisa num acesso de fúria e se viu muito mais sujo do que ela, nós também atingimos mais a nós mesmos do que àqueles que nos provocaram tais sentimentos. É claro que sentir raiva e mágoa é humano, legítimo e inevitável, mas, que tal deixar o inevitável apenas para as situações que realmente não conseguimos evitar?

A gente aprende a administrar o nosso dinheiro, a nossa vida familiar, os nossos relacionamentos, a despensa da nossa casa, mas resiste na administração dos nossos sentimentos. Alimentar emoções negativas pode nos levar a processos depressivos porque, ao mergulharmos de cabeça naquilo que não nos faz bem, se isso se tornar um padrão mental, estaremos a um passo de enxergar a vida através de uma lente escura e sombria: logo não veremos mais graça em nada e nosso mundo terá se transformado num lugar bastante hostil. Não quero dizer que devemos reprimir nossas emoções, pois todo sentimento é para ser sentido. O ideal é que busquemos uma forma criativa para lidar com as nossas negatividades, pois uma das teorias mais consistentes que já li sobre depressão é que o quadro depressivo se instala quando a raiva se "congela", dando lugar a uma tristeza profunda e à falta de perspectiva no viver.

O que tenho pensado ultimamente é que acho que acumulamos muita sujeira emocional desnecessária. Quem limpa a casa todo dia sabe bem que sujeira atrai sujeira e que é melhor limpar logo do que deixar acumular. Como todo ser humano, tenho que lidar com as minhas negatividades todos os dias e tenho aprendido algumas coisas em relação ao bem viver, pois casa limpa facilita a vida e atrai boas energias, como dizem os orientais.

Percebo que há condicionamentos que desorganizam e sujam nossa "casa de dentro". Dentre eles: 

1- JULGAMOS DEMAIS - Julgamento é armadilha do ego. Julgamos para nos sentir superiores. Quando alguém nos julga viramos feras e gritamos o nosso direito de ser nós mesmos, mas na maioria das vezes nem percebemos ou achamos natural opinar sobre como os outros deverão se portar ou levar suas vidas.

2- CRIAMOS INDISPOSIÇÃO POR MUITO POUCO - Nem tudo aquilo que nos irrita é para tanto. Tem dia que está tudo muito bem e uma coisinha, um comentário ou uma atitude infeliz destroem nosso bom humor e por causa disso vestimos nossos óculos "trevosos". Daí para frente nada mais tem cor e não percebemos que fomos nós mesmos que poluímos as nossas emoções, saímos de uma vibração boa e mergulhamos em outra não muito bacana.

3- ALIMENTAMOS SENTIMENTOS NEGATIVOS - Não é fácil o desapego de determinados sentimentos ruins. Principalmente quando a gente tem certeza que está coberto de razão. Infelizmente estar com a razão pode não adiantar para nada em termos práticos. Para o nosso próprio bem, deveríamos ser mais objetivos nos livrando da amargura e do rancor. Estas emoções não têm absolutamente nada a nos acrescentar e pior, servem para nos aproximar de outras pessoas que estão nessa mesma "vibe", criando um circuito de relacionamentos tóxicos em nossas vidas. 

Não precisa dizer que ninguém é perfeito e que todo mundo julga, todo mundo faz tempestade em copo d'água e todo mundo alimenta suas mazelinhas, por isso mesmo são atitudes que podem mudar se houver desejo e disciplina. E o que ganhamos transformando nosso jeito de ser? O que ganhamos abrindo mão de determinados padrões de comportamento e de pensamento? Falando por mim mesma, no início briguei demais comigo porque já estava condicionada a ser e a reagir de outra forma, em seguida fui percebendo que a vida fica mais leve e que disciplinar as emoções não é tão difícil assim, depois descobri que nem havia tanta afinidade entre mim e estes sentimentos e, finalmente, comecei a me admirar e a me respeitar mais. Acredito que na medida em que nos empenhamos em nos tornar pessoas melhores para nós mesmas ficamos cada vez mais aptos a transformar o mundo num lugar melhor, mesmo através de pequenas atitudes.

A música me ensinou que, apenas praticando, o que é difícil pode se tornar fácil e orgânico. Mas para isso é necessário disciplina e determinação.

Texto: Marcia Degani